Outros elos pessoais

29 fevereiro 2008

Odinga é primeiro-ministro no Quénia

"A reconstrução do país, reconciliação nacional e reforma agrária foram as prioridades estabelecidas para os próximos tempos pelo líder da oposição, e agora primeiro-ministro indigitado, Raila Odinga (na foto à esquerda)" - eis o que noticia a BBC hoje. Na foto, da BBC, Odinga, à esquerda, é cumprimentado pelo ex-secretário-geral das Nações Unidas (1997/2006), Kofi Annan, negociador da paz, estando o presidente Kibaki ao centro.
Comentário: Aqui está o epílogo aparente de uma parte do processo de paz política no Quénia: a partilha de poder, um governo de coligação. Eleições marcadas por irregularidades, protesto da oposição, manifestações populares, centenas de mortes, milhares de refugiados. Agora, a partilha do poder, com tudo o que isso representa de recursos de poder a nível dos postos governamentais. Tenho para mim que o Quénia representará, doravante, o protocolo de um efeito político mimético que - prevejo - repercutirá na cena política africana.
Entretanto, recorde o Quénia, neste diário, aqui, aqui e aqui.

4 comentários:

  1. Diz e prevê muito bem, Professor.

    Não fossem os camaleões essencialmente Africanos, agora no bom sentido, claro está.

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  2. Os segredos da vida política talvez sejam, afinal, sensamente simples, ainda que os efeitos sejam, frequentemente, severos.

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  3. Essa medida resolvera o problema de violencia no Quenia, mas no computo geral, e' uma medida catastrofica. Enquanto Africa continuar a ter governos ilegitimos, dificilmente sairemos desta condicao miseravel que nos assola. Os governos tem que ser eleitos de acordo com o seu desempenho. Apesar das altas taxas de analfabetismo em varios paises africanos, os seus povos percebem bem isso de "desempenho" dos seus governantes. Se estes estivessem efectivamente a "dar o litro" pela melhoria das condicoes de vida dos seus povos, nao precisariam de partidarizar as CNE's e consequentemente, efectuar fraudes eleitorais. Este e' um cancro q ao ser combatido criara uma Africa nova e prospera!!

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  4. O que se passou no Quénia mostra bem a fragilidade de manter um compromisso com a transparência processual das eleições. Face a um sismo social grave, faz-se um arranjo no topo e encaixa-se no acesso aos recursos de poder uma faixa de candidatos. Mas, tal como escrevi, é apenas uma parte dos problemas que se se procurou resolver.

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