Os heróis moçambicanos não são, portanto, livres de descansarem nas suas tumbas quando em jogo está a sua recriação ou a sua reactivação política.
Eles são duramente produzidos e reproduzidos.
Por consequência, não há heróis em si. Mais: eles não existem, ao fim e ao cabo. O que foram ou o que são é o que queremos que eles sejam, no interior dos nossos interesses, .
A politização da alteridade, a diabolização do outro, são partes constituivas da forma como construímos a visibilidade de quem amamos ou odiamos.
O poli-heroísmo está definitivamente instalado no país e será sempre monitorado pela luta política. Exemplo claro disso é a atribuição pelo município da Beira (cidade municipalmente gerida pela renamo) do nome de André Matsangaíssa à rotunda 2314, situada no Bairro da Munhava.
Se é o homem é a medida de todas as coisas, a política é a medida de todos os heróis.
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