Outros elos pessoais

30 novembro 2014

Coleção "Cadernos de Ciências Sociais" em marcha

No prelo está o 11.º número intitulado "O que é filosofia africana?", com autoria de Victor Kajibanga de Angola, Euclides André Mance do Brasil e Reinaldo João de Oliveira do Brasil (fotos em epígrafe).
No dia 15 de Dezembro entra na editora o 12.º número intitulado "O que é feminismo?", com autoria de Debora Diniz do Brasil, Maria Helena Santos de Portugal, Rosália Diogo do Brasil e Patrícia Gomes da Guiné-Bissau (fotos em epígrafe).
Em data a indicar oportunamente, entrará na editora o 13.º número intitulado "Existe imprensa independente?", com autoria de Tomás Vieira Mário de Moçambique, Ethel Correa do Brasil e Nuno Ramos de Almeida de Portugal (fotos também em epígrafe).
Entretanto, já estão disponíveis no mercado os dois mais recentes números, com as capas abaixo:
Abaixo, as capas dos dez primeiros números:
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Resultados eleitorais e teses preguiçosas (13)

Décimo terceiro número da série. Trabalhando sempre com hipóteses, permaneço no quarto ponto dos seis pontos sugeridos aqui, a saber: 4. A concepção elitista do eleitor mata-borrão. Termino o segundo exemplo referido aquiA tese do eleitor etnicamente teleguiado. Na verdade, os hábitos e os fixismos são renitentes. E muitos e variados. Por exemplo, mesmo com verniz académico, sem pestanejar, sustentam muitos, nos mais variados fóruns, que - por exemplo - o norte do país é matrilinear e o sul, patrilinear. Quer dizer, é como se cada um, pela sua localização geográfica, fosse também geneticamente marcado, irremediavelmente estrangeiro à história e, portanto, à mudança. O mesmo se passa com a suposta geneticidade étnica. Se os votos na província de Gaza, por exemplo, vão especialmente para o partido X, é porque aí viveram dirigentes fundadores desse partido, é porque aí habita uma etnia etnicamente fiel a esse partido. Se os votos em Sofala vão especialmente para o partido Y, é porque aí viveram dirigentes fundadores desse partido, é porque aí habita uma etnia etnicamente fiel a esse partido. Então, perfumados com essa imputação causal, os resultados eleitorais são colocados em cima das substâncias étnicas desenhadas nos mapas, substâncias herdadas da epistemologia colonial. Por vezes sucede que, em lugar de dizermos "votos étnicos", dizemos pudicamente "votos regionais". Toda esta ciência infusa habita as generalizações abusivas do "problema de Simmel".
(vide Serra, Carlos [dir], Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, pp.43-243)

Uma posição

Texto de Carlos Bake e Olivier A. Ndenkop intitulado "Boko Haram: o braço armado do Ocidente para destruir a Nigéria e expulsar a China do Golfo da Guiné", em francês aqui, em espanhol aqui.

29 novembro 2014

"Homens fortes prosperam na sua capacidade de manter as pessoas com medo"

A 4 de Novembro deste ano, o activista angolano Rafael Marques de Morais (na imagem acima) proferiu uma palestra na Universidade sul-africana de Witwatersrand em memória do jornalista moçambicano Carlos Cardoso (foto à direita), assassinado há 14 anos quando saía das instalações do seu jornal, o "metical" (aqui). Texto original de Rafael em inglês aqui, versão em português aqui.

"À hora do fecho" no "Savana"


Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1090, de 28/11/2014, disponível na íntegra aqui:
Nota: de vez em quando perguntam-me por que razão o ficheiro está protegido com senha e marca de água. Resposta: para evitar que os ávidos parasitas do copy/paste/mexerica o copiem, colocando-o depois no seu blogue ou na sua página de rede social digital com uma indicação malandra do género "Fonte: Savana". Mas, claro, um ou outro é persistente e consegue transcrever para o word certos textos, colocando-os depois no blogue ou na rede social, mas sem mostrar o verdadeiro elo. Mediocridade, artimanha e alma de plagiador são infinitas.

28 novembro 2014

O cânhamo já nasceu no Surf

O belo canhoeiro do restaurante/cafeteria Surf, situado no Jardim dos Namorados, cidade de Maputo, já tem frutos. Lá para fim de Dezembro, princípio de Janeiro, os frutos começarão a cair, maduros, belos, prontos para fermentar. Leia sobre o cânhamo ou marula - de onde se fabrica o famoso licor Amarula sul-africano - aqui. Para se rir, saiba o que sucede aos animais que consomem o fruto maduro, aqui.

Sobre as eleições de 15 de Outubro em Moçambique

Descrição e análise do processo e dos resultados das eleições de 15 de Outubro em Moçambique num trabalho com 16 páginas, aqui.
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Resultados eleitorais e teses preguiçosas (12)

Décimo segundo número da série. Trabalhando sempre com hipóteses, permaneço no quarto ponto dos seis pontos sugeridos aqui, a saber: 4. A concepção elitista do eleitor mata-borrão. Passo agora ao segundo exemplo referido aquiA tese do eleitor etnicamente teleguiado. A etnia (tribo, na linguagem mais rude) é um dos mais populares saca-rolhas sociais dos media, das redes sociais e dos blogues do copia/cola/mexerica. A concepção é sempre esta: lá onde habita um Africano, habita também uma etnia, a vida africana é essencialmente vida étnica, nenhum Africano escapa ao teleguiamento étnico. Esta não é apenas uma tese estrangeira, pois muitos são os Africanos que a defendem. No tocante a eleições, ela campeia. Se não se importam, prossigo mais tarde.
(vide Serra, Carlos [dir], Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, pp.43-243)

27 novembro 2014

Estranhas coisas boiam no Índico

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"Este ano não vamos admitir, vamos governar com eles"

Segundo o "Notícias" digital de hoje, eis o que disse Afonso Dhlakama, presidente da Renamo, num comício realizado ontem na cidade da Beira: "2014 não é 94, não é 99, não é 2004. Este ano não vamos admitir, vamos governar com eles. Não é preciso bater na Frelimo, nem andar nervoso, como não é preciso ir à escola ou chamar os americanos para interpretarem o caso de votos roubados”. Aqui.
Adenda: entretanto, leia o que Sérgio Vieira, veterano da Frelimo, escreveu sobre os resultados das eleições de 15 de Outubro, no "O País" digital com data do dia 20 do corrente mês, aqui.

Aforismos (sobre o racismo)

Quando dizes que a tua "raça" é tão válida quanto as "outras" e por ela e para ela crias festas, dias e símbolos, mais não fazes senão alimentar os trilhos do racismo no preciso momento em que julgas combatê-lo. Quando em outrem vês não uma pessoa mas uma "raça", estás absolutamente prisioneiro do quadro mental do racismo, por mais puras que entendas serem as tuas acções. Fixa: em cada defesa racial viaja, sem parar, o barco do racismo. No fundo, não é a "raça" que gere o racismo, é este que gere "aquela". Ao manteres e defenderes as relações sociais que a cada momento racializam o social, o teu combate contra o racismo é apenas uma ilusão, uma aspirina que, momentaneamente, cura a dor racial, mas não a elimina nem a eliminará.
Adenda: permitam sugerir-vos que adquiram e leiam o livro "O que é racismo?" - um dos números da Coleção "Cadernos de Ciências Sociais", com a capa mostrada logo abaixo, à venda nas livrarias da Escolar Editora (amplie a imagem clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato).

A panela de Dhlakama

“Desta vez não irei perdoar como aconteceu em 1994 e 1999. Como vou formar este governo? Vou pegar nesses 35 por cento de votos legitimados no sufrágio e juntar com os do meu amigo da Frelimo e meter na mesma panela. Criar um governo de gestão, que será de transição de Janeiro de 2015 a 2019. Vocês vão me perguntar: quem vai ser o presidente? Aqui é preciso negociar”, afirmou Dhlakama." Aqui.
Adenda às 05:10: recorde o texto "Dupla pressão política da Renamo", aqui.
Adenda 2 às 09:47: Dhlakama aparece mais contundente nesta notícia aqui.
Adenda 3 às 17:34: a bancada da Frelimo votou hoje contra a proposta da Renamo de debater a formação de um "governo de gestão". Aqui.

Fotos da III Conferência Internacional do Centro de Estudos Africanos (15)

A conferência encerrou na noite do dia 20 com um espectáculo de gala no Centro Cultural Universitário da Universidade Eduardo Mondlane, no qual actuaram a cantora Mingas e, em encenação de Pérola Jaime, a Companhia Nacional de Canto de Dança. Pessoas dançaram quando Mingas cantava. Ela e a CNCD foram aplaudidos pelo público de pé.

Resultados eleitorais e teses preguiçosas (11)

Décimo primeiro número da série. Trabalhando sempre com hipóteses, permaneço no quarto ponto dos seis pontos sugeridos aqui, a saber: 4. A concepção elitista do eleitor mata-borrão. Passo de imediato ao primeiro exemplo referido no número anterior: A tese do eleitor carente de educação cívica. O que aqui está em causa não é a importância da educação cívica em si, mas a concepção sobrevalorizada de que os cidadãos não sabem o que é suposto deverem saber sobre instituições, eleições e regras. Um inquérito por nós conduzido em 1998 em Angoche, Chimoio, Manica e Nampula mostrou que a enorme abstenção ocorrida nas eleições municipais desse ano não decorria da falta de educação cívica. Muitas das pessoas por nós inquiridas mostraram saber que o município tinha dois órgãos (presidente e assembleia); que o município tinha receitas próprias; que o governador não nomeava os presidentes dos municípios; e que o governador não nomeava os vereadores, ainda que a maior parte dos inquiridos não tivesse participado em seminários de educação cívica e não tivesse estudado as leis municipais. Acresce que as chamadas campanhas de educação cívica são, algumas vezes, descaradas campanhas de propaganda política partidária.
(vide Serra, Carlos [dir], Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, pp.43-243)

25 novembro 2014

MDM

Comentário do jornalista Paul Fauvet em sua página do Facebook a preceder um texto da "Agência de Informação de Moçambique": "Mais uma vez, o Conselho Constitucional rejeitou apelos do MDM contra os resultados das eleições gerais moçambicanas de 15 de Outubro. É extraordinário que um partido como o MDM, que tem juristas competentes em suas fileiras, e que ajudou a escrever a legislação eleitoral, possa cometer erros tão elementares." Aqui.

Dupla pressão política da Renamo

Se se confirmar a viagem de Afonso Dhlakama ao centro do país a partir de hoje para, segundo o portal do "SapoNotícias", "explicar a posição da Renamo face à elegada fraude", isso revelará claramente uma dupla pressão política, antes da posição oficial do Conselho Constitucional sobre os resultados eleitorais: primeiro, tentar ampliar a participação da Renamo na distribuição de recursos de poder e prestígio ao nível das forças de defesa e segurança; segundo, sempre visando esses recursos, forçar uma tomada de posição regional (eventualmente acompanhada de manifestações populares) e internacional (preocupando diplomatas e o grande Capital interessado nos recursos naturais do país), no sentido de participação da Renamo no futuro elenco ministerial e, eventualmente, também, ao nível dos governos provinciais, dando assim corpo ao chamado "governo de gestão", o qual mais não é do que uma expressão sinónima de "governo de unidade nacional". Acresce que Dhlakama quer bem mais do que o honorífico estatuto de líder da oposição.
Por hipótese, a dupla pressão política da Renamo, encabeçada pelo seu presidente - que mantém intacto o seu exército privativo visa uma solução à Quénia e tem um eventual dedo de aviso apontado para o Burkina Faso.
Adenda às 14:46: segundo uma fonte jornalística digna de crédito, Dhlakama já está na Beira e amanhã discursa.

A Renamo e as "autoridades tradicionais"

"É óbvio, no estudo que fizemos, em Moçambique existem 1777 famílias. São essas famílias que constituem autoridade tradicional." - Saimone Macuiane, chefe da delegação da Renamo nas conversações com o Estado moçambiano. Aqui.
Observação: na era colonial, administradores e chefes de posto também possuíam semelhante empenho estatístico. Finalmente, recorde-se que a Renamo tinha um "Ministro das Autoridades Tradicionais", Sr. Vicente Ululu, no seu "Gabinete do Conselho de Ministros do Governo Sombra" de 2007, recorde aqui.
Adenda às 05:49: sobre o custo da operacionalização do fim do conflito militar em Moçambique, confira aqui. Sobre o Fundo da Paz, aqui.
Adenda 2 às 06:55No portal da "Rádio França Internacional": "O governo moçambicano rejeitou a ideia da partilha de cargos da polícia e do exército, esta era uma exigência da Renamo. O maior partido da oposição que hoje anunciou o início esta terça-feira de um périplo pelo país do seu líder. Afonso Dhlakama pretenderia explicar à população a sua recusa em reconhecer os resultados das eleições gerais de 15 de Outubro, ganhas pela Frelimo, partido no poder." Aqui.
Adenda 3 às 07:01: confira também aqui.

Fotos da III Conferência Internacional do Centro de Estudos Africanos (14)

Em epígrafe, no intervalo de um lanche, o autor deste blogue e uma Irmã, assídua participante nos painéis da conferência.
Carlos Arnaldo, director-adjunto do Centro de Estudos Africanos para Investigação.
Teatro científico levado a cabo por estudantes de Química da Universidade Eduardo Mondlane.

Resultados eleitorais e teses preguiçosas (10)

Décimo número da série. Trabalhando sempre com hipóteses, entro no quarto ponto dos seis pontos sugeridos aqui, a saber: 4. A concepção elitista do eleitor mata-borrão. Uma parte importante do que se diz e escreve nos media transforma o eleitor num papel mata-borrão. O que quer dizer isso? Quer dizer que em toda a sua diversidade - do ser ao fazer, do pensar ao realizar -, o eleitor é literalmente convertido ao conjunto das nossas paixões, das nossas ideias, das nossas teorias e dos nossos prejuízos, é literalmente convertido em entidade amorfa que absorve por inteiro o que dele pensamos e o que queremos que pense. Esse leitor é transformado em tese sem ter sido ouvido. Vou escrever sobre cinco exemplos a esse nível, todos prisioneiros, afinal, do problema de Simmel:
- A tese do eleitor carente de educação cívica
- A tese do eleitor etnicamente teleguiado
- A tese do eleitor prisioneiro da história fundadora
- A tese do eleitor-multidão hipnotizado pelo líder
- A tese do eleitor-estatística
(vide, entretanto, Serra, Carlos [dir], Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, pp.43-243)

História esquecida?

De acordo com o Newsday, veteranos de guerra zimbabweanos estão chocados com o estado de abandono do santuário, situado em Chimoio, alusivo às vítimas do seu país num ataque rodesiano em 1977. Aqui. (agradeço ao RC o envio da referência)

24 novembro 2014

Fotos da III Conferência Internacional do Centro de Estudos Africanos (13)

Da esquerda para a direita: Armindo Ngunga (Director do Centro de Estudos Africanos), Almiro Lobo, Teresa Manjate, Patrícia Gomes (conferencista convidada), Mónica Frederico, Carlos Arnaldo (director adjunto do CEA para a investigação) e Susana Maleiane.
Da esquerda para a direita: Susana Maleiane, Carlos Serra, Almiro Lobo, Mónica Frederico, Patrícia Gomes, Teresa Manjate, Carlos Arnaldo e Olívia Chiziane.

Resultados eleitorais e teses preguiçosas (9)

Nono número da série. Trabalhando sempre com hipóteses, termino o terceiro ponto dos seis pontos sugeridos aqui, a saber: 3. O mundo das teses preguiçosas nos media. Baseada numa numerosa equipa e apoiada por uma bateria de métodos e técnicas (algumas delas aplicadas pela primeira no país, designadamente a técnica do painel, escalas de atitudes, análise de conteúdo discursivo, rumores e diferencial semântico), a pesquisa que dirigimos furtou-se ao simplismo das teses monofactoriais e sugeriu, prudentemente, uma chave cognitiva multidimensional, combinando dinâmicas globais e locais. No tocante a escalas, por exemplo, tivemos em conta vários tipos de votos: na primeira e terceiras escalas, o pressuposto foi o de que a taxa de participação é tão mais elevada quanto mais fortemente afectados forem os interesses dos votantes (voto de interesse); na segunda, o pressuposto foi o de que a taxa de participação é tão mais elevada quanto mais fortes forem as pressões sociais exercidas sobre os votantes no sentido da participação (voto de compromisso) ; na quarta, o pressuposto foi o de que a preferência expressa pelos eleitores exprimiria, também, a influência da propaganda eleitoral (voto de persuasão). A última escala tinha por pressuposto o de que os eleitores estavam desgostosos com a "perda de sentido" causada pela multiplicidade de "vozes de comando" e, por consequência, com a democracia multipartidária em curso. Finalmente, tivemos em conta o voto omisso, decorrente do que chamámos "influências contraditórias". Neste caso, o pressuposto  foi o de que a taxa de participação seria elevada se as pressões se manifestassem no mesmo sentido; caso contrário, os eleitores abster-se-iam. Neste tipo de situações, os votos brancos e os votos nulos são especialmente significativos, não tanto porque as pessoas sejam tecnicamente ignorantes, mas porque elas escolhem deliberadamente ou deixar o voto em branco ou votar em dois ou mais partidos. Apesar da busca de profundidade analítica, não nos furtámos, porém, à autocrítica de alguns dos nossos resultados. (vide Serra, Carlos [dir], Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, pp.43-243)

No "Savana" 1089 de 21/11/2014, p.19

Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do ratoNota: "Fungulamaso" (abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre com 148 palavras na página 19. A Cris, colega linguista, disse-me que se deve escrever Cinyungwe. Tem razão face ao consenso obtido nas consoantes do tipo "y" ou "w". Porém, o aportuguesamento pode ser obtido tal como grafei.
Adenda: também na rubrica Crónicas da minha página na "Academia.edu", aqui.

Direitista e esquerdista

De Frei Betto: "Direitista visceral e esquerdista fanático – os dois são perfeitos idiotas. O direitista padece da doença senil do capitalismo e o esquerdista, como afirmou Lênin, da doença infantil do comunismo." Aqui.

23 novembro 2014

O Facebook é o ópio do ciberpovo

A hipótese é a de que a página confessional é a mais comum no Facebook, a mais popular, a mais praticada, a mais desejada. Através dela, as pessoas dizem claramente que existem, que têm uma personalidade, uma voz, mais raramente uma foto real (o anonimato é frequente), uma maneira de pensar, um determinado corpo, um conjunto de gostos de vários tipos. Viagens, fotos, feitos, receitas culinárias, ditos, chistes, anedotas, extractos de vida, confissões, citações, símbolos de riso ou de crítica: há todo um mundo variado de acções e de reacções. As pessoas saiem do círculo físico dos laços familares e do grupo de amigos para entrar no círculo sem fim dos amigos digitais. Mas não só: o Facebook permite quer o reencontro de velhas amigas e de velhos amigos, quer a passagem dos amigos digitais aos amigos físicos, quer, ainda, a reaproximação de parentes distantes. A página confessional provavelmente serve para combater a solidão e o isolamento em particular nas pessoas acima dos 60 anos, dando um sentido permanente à vida. E, no geral, parece fornecer a sensação, quase gustativa, de popularidade instantânea. O Facebook é o ópio do ciberpovo.
Nota: imagem extraída daqui.

Faleceu Maria Inês Nogueira da Costa

Faleceu hoje Maria Inês Nogueira da Costa, Vice-Reitora da A Politécnica e ex-directora do Arquivo Histórico de Moçambique e da Direção de Cultura da Universidade Eduardo Mondlane. Paz à sua alma.

Fotos da III Conferência Internacional do Centro de Estudos Africanos (12)

Em epígrafe, momento de uma intervenção do Director do Centro de Estudos Africanos, Professor Catedrático Armindo Ngunga.
Cada um dos participantes na conferência recebeu uma pasta contendo vários documentos, entre os quais um livro com 160 páginas - imagem em epígrafe - contendo os resumos de todas as comunicações programadas.