Com uma insistência deprimente e abusiva, surgem na nossa imprensa títulos do género em epígrafe, títulos que imediata e acriticamente são replicados pelos blogues parasitas do copia/cola/mexerica e por certas páginas das redes sociais digitais. É assim suposto que três ou quatro indivíduos, falando em conferência de imprensa, são os porta-vozes de um conjunto imenso de pessoas auto-havidas por precavidas face a um outro conjunto, menor sem dúvida, de pessoas "suspeitas" cujos aparelhos de administração devem ser controlados. Por outras palavras, a sensatez contra a desmesura. Por outro lado, a "sociedade civil" - expressão a todo-o-terreno - é suposta representar a totalidade das pessoas precavidas. É a unidade de grupo construída a partir de processos psíquicos dos dirigentes? A partir de um tipo médio? A partir da maioria dos membros do grupo? A partir de que efectivo os desviantes seguros ou prováveis podem ser tomados como quantidade negligenciável? Em que medida o carácter mais ou menos rigoroso da "interdependência funcional" ligando os membros do grupo autoriza ou interdita tratar a informação lacunar de que dispomos como caução da unidade psíquica do conjunto? Finalmente, leia Alice no País da Sciedade Civil, aqui.
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