Comentário: não é a primeira vez que o presidente Guebuza (como antes dele, afinal, os presidentes Samora e Chissano) parece surgir, nas províncias, como o homem providencial a quem podemos denunciar e em quem depositamos confiança no sentido de pôr cobro a situações irregulares. Por outras palavras, a cadeia de administração provincial do governador ao administrador parece não ser suficiente para atalhar os problemas que as pessoas apresentam nos comícios presidenciais. O presidente chega e é como se jorrasse uma imensa e urgente necessidade de falar, de contar e de denunciar. Talvez não fosse má ideia pesquisar por que isso acontece, por que tem curso de forma sistemática este providencialismo, este exercício político que coloca na penumbra o poder local, como se não merecesse confiança. Recorde aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
08 junho 2011
Providencialismo
Comentário: não é a primeira vez que o presidente Guebuza (como antes dele, afinal, os presidentes Samora e Chissano) parece surgir, nas províncias, como o homem providencial a quem podemos denunciar e em quem depositamos confiança no sentido de pôr cobro a situações irregulares. Por outras palavras, a cadeia de administração provincial do governador ao administrador parece não ser suficiente para atalhar os problemas que as pessoas apresentam nos comícios presidenciais. O presidente chega e é como se jorrasse uma imensa e urgente necessidade de falar, de contar e de denunciar. Talvez não fosse má ideia pesquisar por que isso acontece, por que tem curso de forma sistemática este providencialismo, este exercício político que coloca na penumbra o poder local, como se não merecesse confiança. Recorde aqui.
6 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Ora aqui está, porquê as pessoas não se queixam ao administrador? Ou ele não resolve? Ou há medo?
ResponderEliminarMaria-queixinhas. Tipico de seres humanos com menos de 7 anos de idade...
ResponderEliminarO grande problema disto é que a funcionalidade do aparelho do Estado é preclitante. Há que gerir o Estado respeitando as suas normas, regulamentos, etc, etc..... os nossos CPostos, Administradores, até mesmo Governadores não são em grande medida pessoas formadas para liderar as instituições do Estado. Portanto, a ideia do PR visitar o país recondito é optimo na perspectiva da unidade, da paz,da reconcialiação, do estimulo a produção, a criatividade....só que tudo acaba depois de ele deixar a zona. Os responsáveis do Estado no distrito têm dificuldades em interpretar o discurso do PR. Não sabem,não vislumbram o horizonte, estão amarrados as orientações superiores mesmo que tenham alguma criatividade. Têm culpa? isto da cesta básica só resultase o Governo tiver o seu principal PILAR, o ESTADO, devidamente oleado para responder na execução o impacto que se deseja na sociedade. Senhores: enm politica 2+2 pode ser na politica igual a 5...mas na gestão só pode dar 4.
ResponderEliminarO jornal fala duma mulher, é triste, espero que esteja inocente.
ResponderEliminarSó vir em Pemba para ver.
ResponderEliminarOla Professor,
ResponderEliminarO que eu acho é que pretende-se manter o povo como crianças que so resolvem os problemas à boa maneira nossa, moçambicana. A mãe não tem voz activa e no dia a dia, nos momentos que fica com as crianças não decide nada. Tudo endossa para o pai. E o pai chega do trabalho e tem que resolver os conflitos dos filhos. Esta era a forma como se resolviam os problemas em nossas casas quando eramos pequenos. Isso passa para a sociedade. O papa Guebas é o pai e aquelas mariazinhas que estao nas provincias são as mamãs. Não resolvem nada. Estão apenas para cozinhar e gerir os poucos fundos que são enviados pelo pai para fazer a comida. Quando o pai chega, os problemas aparecem.
E assim se mantem a força do pai, o macho da casa que tudo resolve.
Não é por acaso que sempre se diz por ai... "O governo é o nosso pai". No sentido de que o governo é que tem que resolver os nossos problemas. E assim somos mantidos como infantis até à morte...
Essas soluções mantêm os pais, na sua virilidade e força, mas não ajudam a desenvolver o país. Pena que assim seja!