Mais um pouco desta série.
Escrevi no número inaugural que falta fazer a história dos hábitos, dos gostos, das maneiras, dos processos de contacto, da gestão do corpo, das classificações comportamentais e das concepções de civilidade em Moçambique, eventualmente algo parecido com aquilo que foi feito por Norbert Elias. Todavia, o que vai seguir-se não é um subsídio directo nesse sentido.
O grande problema nesta história da comida é introduzir a comida da história. A pergunta talvez possa ser esta: é possível um protocolo de periodização? Se sim, quais os critérios a ter em conta? Talvez seja possível um protocolo de periodização a partir do século XX, eventualmente a partir de 1920/30, tendo como eixo por um lado as periferias das cidades brancas nas quais se alojavam os servidores e, em particular, os amanuenses locais do regime colonial e, por outro, as plantações. Comer de uma certa maneira (como vestir, como andar, como falar, como cumprimentar) não era uma questão de mero gosto, de gosto em si: era uma questão de luta pela ascensão social no interior das severas e desumanas restrições operadas pelo colonialismo.
Prossigo mais tarde.
O grande problema nesta história da comida é introduzir a comida da história. A pergunta talvez possa ser esta: é possível um protocolo de periodização? Se sim, quais os critérios a ter em conta? Talvez seja possível um protocolo de periodização a partir do século XX, eventualmente a partir de 1920/30, tendo como eixo por um lado as periferias das cidades brancas nas quais se alojavam os servidores e, em particular, os amanuenses locais do regime colonial e, por outro, as plantações. Comer de uma certa maneira (como vestir, como andar, como falar, como cumprimentar) não era uma questão de mero gosto, de gosto em si: era uma questão de luta pela ascensão social no interior das severas e desumanas restrições operadas pelo colonialismo.
Prossigo mais tarde.
(continua)
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