"Do rio que tudo arrasta se diz violento, porém ninguém diz violentas as margens que o comprimem" (Bertolt Brecht)
-"Esta cintura compacta, composta por casas pequenas e frágeis, feitas de caniço, madeira e zinco e, ultimamente (depois da independência), de cimento, quase que não tem quintais, ruas, água e luz em todo o sítio (...) Nestes subúrbios não se vive, sobrevive-se. Eles estão apinhados de gente: os suburbanos." (carta de um leitor do “Notícias” publicada a 25/09/2010 com o título “A cidade e o mega-subúrbio de Maputo”)
O penúltimo número da série, mais algumas hipóteses, tendo em conta o sumário.
4.5.6. Pergunta, problemática e hipótese (término do ponto). Falta escrever algo sobre a hipótese. Como observei anteriormente, uma hipótese é uma resposta prévia a um problema, é uma preposição consistindo numa proposta de relação entre dois termos (fenómenos ou conceitos). Os protestos populares de 1/3 de Setembro de 2010 foram um protesto contra a desigual distribuição dos recursos de vida e poder - eis um exemplo de hipótese, propondo uma relação entre o fenómeno protestos populares e o agrupado conceitual recursos de vida e poder. Os protestos populares de 1/3 de Setembro foram no sentido de exigir um Estado social - mais um exemplo de hipótese propondo uma relação entre o fenómeno protestos populares e o conceito Estado social (=Estado redistribuidor; estude os argumentos de manifestantes em relação a um desejado "Estado-Pai" nos programas que as nossas televisões foram fazendo nos dias 1 e 2 de Setembro). Fenómenos e conceitos precisam ser determinados, explicados e organizados através de uma bateria de técnicas destinadas a medi-los no processo da pesquisa, pesquisa que provará ou que infirmirá a hipótese (também se podem construir várias hipóteses).
4.6.Causalidade histórica, causalidade sistémico-dialéctica, detonador causal e produção de sentido. Agora, o antepenúltimo ponto do sumário. Procurar causas dos fenómenos, dos comportamentos (mesmo dos mais comezinhos), procurar estabelecer uma relação necessária, lógica, entre os fenómenos A e B - um como causador, outro como causado -, parece ser uma constante social. Mas essa relação não existe nos fenómenos ou na natureza, precisa ser analiticamente criada. Os protestos de 1/3 de Setembro foram causados pelo anúncio da subida do preço do pão (variante 1: (...) da subida de vários tipos de preços; variante 2: (...) da subida de vários tipos de preços motivados pelo mercado internacional) - eis uma preposição simples, possuidora de lógica e de sentido. Mas no próximo número vou defender uma perspectiva mais complexa (crédito da foto aqui).
-"Esta cintura compacta, composta por casas pequenas e frágeis, feitas de caniço, madeira e zinco e, ultimamente (depois da independência), de cimento, quase que não tem quintais, ruas, água e luz em todo o sítio (...) Nestes subúrbios não se vive, sobrevive-se. Eles estão apinhados de gente: os suburbanos." (carta de um leitor do “Notícias” publicada a 25/09/2010 com o título “A cidade e o mega-subúrbio de Maputo”)
O penúltimo número da série, mais algumas hipóteses, tendo em conta o sumário.
4.5.6. Pergunta, problemática e hipótese (término do ponto). Falta escrever algo sobre a hipótese. Como observei anteriormente, uma hipótese é uma resposta prévia a um problema, é uma preposição consistindo numa proposta de relação entre dois termos (fenómenos ou conceitos). Os protestos populares de 1/3 de Setembro de 2010 foram um protesto contra a desigual distribuição dos recursos de vida e poder - eis um exemplo de hipótese, propondo uma relação entre o fenómeno protestos populares e o agrupado conceitual recursos de vida e poder. Os protestos populares de 1/3 de Setembro foram no sentido de exigir um Estado social - mais um exemplo de hipótese propondo uma relação entre o fenómeno protestos populares e o conceito Estado social (=Estado redistribuidor; estude os argumentos de manifestantes em relação a um desejado "Estado-Pai" nos programas que as nossas televisões foram fazendo nos dias 1 e 2 de Setembro). Fenómenos e conceitos precisam ser determinados, explicados e organizados através de uma bateria de técnicas destinadas a medi-los no processo da pesquisa, pesquisa que provará ou que infirmirá a hipótese (também se podem construir várias hipóteses).
4.6.Causalidade histórica, causalidade sistémico-dialéctica, detonador causal e produção de sentido. Agora, o antepenúltimo ponto do sumário. Procurar causas dos fenómenos, dos comportamentos (mesmo dos mais comezinhos), procurar estabelecer uma relação necessária, lógica, entre os fenómenos A e B - um como causador, outro como causado -, parece ser uma constante social. Mas essa relação não existe nos fenómenos ou na natureza, precisa ser analiticamente criada. Os protestos de 1/3 de Setembro foram causados pelo anúncio da subida do preço do pão (variante 1: (...) da subida de vários tipos de preços; variante 2: (...) da subida de vários tipos de preços motivados pelo mercado internacional) - eis uma preposição simples, possuidora de lógica e de sentido. Mas no próximo número vou defender uma perspectiva mais complexa (crédito da foto aqui).
(continua)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.