Outros elos pessoais

04 setembro 2010

Quatro pontos sobre as manifestações (4)

Avanço na série.
Assumamos, então, que o celular jogou e joga um papel vector na comunicação dos manifestantes, ao lado do boca-a-boca, assumamos que ele é endógeno e não o produto de uma mão externa (conferir, igualmente, a minha nova série com o título Manifestações: estímulo sul-africano e produção de rumores).
Vamos ao segundo ponto.
Tal como nas manifestações de Fevereiro de 2008, certos sectores produtores de opinião oficial e pró-oficial têm-se esforçado por extrair os manifestantes do meio social, dotando-os de uma natureza delinquente primária, independente das relações de produção. A ideia dissocializadora parece ser a de os desmoçambicanizar para refabricar os Moçambicanos como portadores genuínos de uma infinita capacidade de resignação e pacifismo. Mas não só.
(continua)

1 comentário:

  1. Sobre o poder mobilizador do celular e dos sms. Sem dúvidas que estamos vivendo essa experiência não só em Moçambique, é uma tendência no mundo inteiro porque as redes digitais móveis oferecem essa possibilidade. Aliás, o estado de arte da tecnologia e da convergência das mídias indica o quanto o ser humano sente a necessidade de participar na definição dos destinos comuns e o celular é um dos meios de comunicação não midiática do qual a população moçambicana se apropriou rapidamente pelas facilidades de seu uso e pelas inúmeras vantagens e outros atributos que oferece...
    Compartilho as mesmas hipóteses do Prof. Serra de que para a mobilização da população para as ruas, tanto nas manifestações de 5 de fevereiro de 2008 quanto nessas de agora, os líderes "organizadores" serviram-se do celular. A propósito disso estou orientando uma monografia a um aluno da ECA sobre a cobertura da televisão nas manifestações de 5 de fevereiro. Percebo que teríamos que ampliar esse tipo de debate na Universidade sob o olhar de várias áreas de conhecimento para compreendermos cada vez mais a nossa sociedade e a força das mídias na actualidade e as consequências que a utilização das mesmas traz para cada um e para todos...
    Leonilda

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.