Mais uma reunião, lá está a sociedade civil (termo abre-latas-doadoras), meia dúzia de fulanas e fulanos que falam sempre as mesmas coisas em todos os seminários (palavra definitivamente substituída pelos workshops), naquele ambiente fatalmente igual com o sumário executivo, a água mineral e as propostas solenes. A criatividade é sobretudo evidente nas sessões de HIV/SIDA, género e prevenção de conflitos. Tenho a suspeita de que somos um produtor copioso de sociedade civil para consumo de seminários.09 julho 2009
Produção de sociedade civil para seminários
Mais uma reunião, lá está a sociedade civil (termo abre-latas-doadoras), meia dúzia de fulanas e fulanos que falam sempre as mesmas coisas em todos os seminários (palavra definitivamente substituída pelos workshops), naquele ambiente fatalmente igual com o sumário executivo, a água mineral e as propostas solenes. A criatividade é sobretudo evidente nas sessões de HIV/SIDA, género e prevenção de conflitos. Tenho a suspeita de que somos um produtor copioso de sociedade civil para consumo de seminários.6 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
E agora querem que o Estado financie as actividades das organizacoes da sociedade civil porque estas complementam o papel do Estado!! Esquecem-se que o beneficiario eh o Povo mocambicano!? Ou pensam que estao a ajudar ao Estado? Afinal nao estamos todos no mesmo barco(Estado e sociedade civil)?
ResponderEliminarTécnicas de sobrevivência que já fazem parte da nossa vivência!
ResponderEliminarEu acho que não há lugar ainda em Moçambique para se falar da sociedade civil, ainda não temos isso.
ResponderEliminarComo refere Egidio Vaz no seu ultimo post: Sociedade Fardada travestida em sociedade civil.
ResponderEliminarEsta do anónimo recusar a existência de sociedade civil em Moçambique está a recusar-se a se mesmo. Bem, podia concordar com ele se dissesse que a nossa sociedade civil é analfabeta espiritualmente. Sabendo dos problemas que enfermam o país, ou por ingnorância ou por medo, não agem, batem palmas, bajulam, enfim, fazem tudo para imortalizar um mortal. Mas também há quem dia e noite bate no duro para mudar o cenário das coisas. Não quyero ser bajulador, mas permita-me dizer que este diário é um canal feito por alguém para a sociedade civil dizer o que pensa. E está de parabéns o autor.
ResponderEliminarUm abraço
Bem apontado, Dr. Carlos Serra. Está aqui sem dúvida uma pergunta de partida para uma pesquisa: como se produz e reproduz a "sociedade civil" em Moçambique? Gostaria de trabalhar nisso, vamos amadurecer a ideia.
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