Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
15 maio 2009
Sete milhões e associações fantasmas
12 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
"seria interessante pensar numa instituição independente que fizesse uma pesquisa sobre as reais aplicações"
ResponderEliminarProf.
É para rirmos juntos!
ou chorarmos?
Na minha óptica, o Fundo de Investimento de Iniciativas Locais (os sete milhões)é mais uma farsa do governo para drenarem dinheiro nos bolsos dos seus vassalos (administradores, secretários, chefes dos bairros, enfim, menos o povo empreendedor). Eu costumava dizer aos meus estudantes: é mais uma filosofia para o inglês ver, o português dançar e o moçambicano rir. Não basta dar dinheiro, é preciso que este dinheiro dinamize efectivamente o desenvolvimento dos distritos e não há supostas campanhas do partido no poder. Mede-se o andamento de um determinado projecto social e não só,quando o estomago do povo não estiver vazio, o que não é o caso.
ResponderEliminarMuna
Todavia, parece que há projectos bem sucedidos.
ResponderEliminarpassa-se me todo o mundo infelizmente
ResponderEliminarJoka
Paula
Sim Professor: A excepção ... para confirmar a regra da má aplicação.
ResponderEliminar...
ResponderEliminarMesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém, que diz não.
Manuel Alegre
Meu Caro umBhalane,
ResponderEliminarJa ha algum tempo, que nao via os seus sabios comentarios.
MZ
Tal como qualquer outra máquina, a ECONOMIA precisa de combustível para funcionar: Financiamento!
ResponderEliminarO nosso sistema bancário está vocacionado para faixas de mercado muito específicas: financiamento de algumas grandes e médias empresas, e do Estado, através da compra de dívida pública.
O nosso sistema bancário foge do crédito às micro, pequenas e médias empresas "como o são, foge do pestilento".
Esta foi a forma que o Governo encontrou de fazer chegar algum "combustível" às zonas onde as torneiras do crédito formal não chegam.
É evidente que há "açambarcadores"; o combustível abastece maioritariamente quem não devia, mas... é um preço a suportar, creio que assumido à partida.
Estou convicto que o Governo não tem dúvidas que 90% dos sete milhões "voarão". É o preço que aceita pagar por: (i) uma certa "animação" da economia nos distritos; (ii) votos nos pleitos eleitorais que se aproximam.
> No programa 21ª hora da TIM de ontem, o Professor António Francisco, do IESE, fez interessantes considerações sobre o tema. Em síntese,(minha interpretação e não sic):
(i) tecnicamente, tal como está desenhado, o programa não é sustentável;
(ii) seria preferível canalizar esses fundos para reforço institucional dos Distritos, de modo a poderem prestar melhores serviços, potenciando assim o crescimento da produção.
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AM
o governo "aceita" que roubem 90% do investimento dos 7 milhoes,por ano, por distrito, para angariar votos????!!!!!
ResponderEliminar"aceita" isso ha 3 ou 4 anos????
"aceita"????!!!!
INCRIVEL!!!!!!!!!!!!!
Tenho dito sempre que a iniciativa é boa, mas não sua maioria são espertinhos que se beneficiam. Muitos dos espertinhos vem das cidades.
ResponderEliminarHá precisamente uma semana falei numa reunião com um graudo e nao me pareceu compreender o que eu dizia.
Eu defendo o ponto ii descrito pelo AM. Assim todos os habitantes do distrito se beneficiariam.
Concordo plenamente com mBhualane, nem todos os projectos que esta iniciativa criou ou tem criado são bem sucedidos, basta deslocar-se para Nampula, ou melhor, aos distritos do norte e centro do país onde trabalhei para ouvir as mais duras lamentações do povo. O que chama de bem sucedido beneficoiu apenas a uma porção de gente que de resto não mitigou a um todo, dito isto de outra maneira, quando um simples empreendedor consegue lucros já pensa em sair do distrito para conhecer a grande capital, Maputo. E quando tal se sucede estamos perante dois factos, ou não há retorno do dinheiro, ou então temos um investimento que foi dar "parto" na capital e não necessariamente no distrito. Em Rapale o Sr. Professor pode ver ter este exemplo.
ResponderEliminarUm abraço
NB: Sr. Professor, ainda conservo o seu autografo que mo deu na Escola de Jornalismo, numa palestra sobre (...) já não me lembro mas falou do jornalismo investigativo, de um caso de superstição que se sucedeu em Cabo Delgado.
Caros,
ResponderEliminarEste é um assunto complexo bastante, só uma avaliacao independente sobre esta iniciativa, pode produzir recomendacoes váidas e dar o reas créditos desta iniciativa. O resto vamos especulando e empiricamente falando sobre o assunto.
Os meus questionamenos nao seria muito sobre quem se beneficiou deste fundo. O fundo é pequeno e está claro que apenas poucas pessoas se benefiarão do mesmo.
É importante investigar sobre o que os benefiantes produziram, que novas oportunidades criram para o distrito, quantos empreendedores surgiram e se estabeleceram nos distrito, quantos novos postos de trabalho permantes e sazonais foram criados, que sustentabilidade trouxe para aqueles projectos que eram inviáveis sem este fundo a nível dos distritos, etc.
A minha ideia é que o focus deve ser dado num incentivo de modo que esses poucos que se benefiaram produzam bastante (mas bastante mesmo) para beneficiar a maioria num futuro a curto e médio prazo.
De igual modo é necessário ver o que foi feito a nível local e central (no âmbito organizacional e políticas, avaliacao e monitorizacao, etc) para que tal aconteca com sucesso.
JL
P.S. Em alguns casos, infelizmente por falta de mecanismos de tracking, este fundo apenas vem sirvindo para os "directores", copiando o termo usado algures num das postagens do professor (alguns caminhos da juventude de Maputo), para beneficiar as "Casas 2".
Entao é preciso limpar esta imagem e mostrar os sucessos para encojar oss outros e penalizar o "vândalos" para desencorajar os mesmos nas próximas alocacoes de fundos