Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
12 fevereiro 2009
Música moçambicana é arroz com feijão?
16 comentários:
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O Guilherme em parte tem razão mas nem toda....porque a boa música não deve sêr só as que tem mais "notas musicais"....não sei se tenho razão ou não não sou experto na música...mas juro que o "Fany Fumo" é um músico da estatura do "Jacques Brel".
ResponderEliminarMas que é verdade que uma pessoa aprende sempre, conhecendo novos mundos, isso é mesmo um facto. abraco
S.Santimano (da Suécia)
Nao concordo ... temos que ter ouvidos de ouvir ... mas os ingleses ja dizem "the beauty lies on eyes of the beholder" ... todos estao intitulados a ter opiniao ... mas ja agora, qual musica mocambicana?
ResponderEliminarBom, também não ou "expert" na matéria, especialista, especializado, em Português, claro.
ResponderEliminarMas há muito boa música de Moçambique.
Cuidado com as generalizações.
Música.
E o que é música?
O que se pode considerar música?
Tudo?
Stop la gente. Estamos diante da opnião repito OPNIÃO do Gilherme Silva e ou dos Brazileiros. Nada de comecarmos como os nossos habituais patritoismos baratos.A musica Mocambicana é oque é e não deixará de o ser porcausa da opnião de seja lá quem for. Se o Quincy Jones vier dizer que a musica Mocambicana é um mimo não será apenas por isso que a musica mocambuicana será seja lá... puxa tou até perdidinho. Mas o essencial foi dito.
ResponderEliminarMeus Caros.
ResponderEliminarA nossa musica mocambicana tem que ser mocambicana e nao Brasileira ou inglesa etc. Quem a quiser escutar vai escutar. Quantos escutam a musica do vietmane, do iraq, da mongolia, da Nova Zelandia?
Quem me pode dizer que nesses paises nao se faz musica e que musica eh.
Cuidado com as opinioes. Brasil nao eh o top da classificacao musical. Por isso, a opiniao do Silva nao vai alterar a musica mocambicana. Ela sai da alma e assim se expressa. Mas que musica toca Silva? E como ele conseguiu singrar no Brasil, se eh que singrou? De quem eh a musica que esses brasileiros escutaram? Do Silva?
Acho que a nossa cultura nao vai alem porque temos embaixadores sem conviccoes firmes e objectivas. E ai esta um exemplo evidente.
O Gulherme tem toda a razao no k diz,Senao vejamos Quantos musicos mocambicanos sao realmente musicos? Meia duzia salvo o erro, Wazimbo,Zico e pouco mais. Os k singraram sao os k procuram lancar se fora n Rsa,Portugal e no caso Guilherme no Brasil.
ResponderEliminarSonbre o Guilherme pra mim é sem duvida um dos melhores musicos mocambicanos, pois disso ele ja deu provas quer ca dentro quer n diaspora Portugal, Espanha e agora Brasil.
Os nossos musicos devem deixar de fazer musica pimba e comecar apostar na musica a serio. porque ta visto que quando o mocambicano quer consegui.
Forca Jovens mostrem o que Valem
"a música moçambicana no Brasil é considerada arroz com feijão, "não tem harmonia"
ResponderEliminarO ponto de partida é este.
O Nelson fez bem em focalizar, chamar à atenção para este ponto.
O Guilherme Silva está apenas a veicular opinião de alguns Brasileiros que lhe terão transmitido essa apreciação.
Alguns.
Nada mais. Simples.
Mas conhecem a globalidade da música Moçambicana?
É considerada por quem?
Agora que há muito lixo, há.
No Brasil, em Portugal, no UK, nos USA,...e em todo o lado.
Conhecem o Zé Cabra?
Até pelo nome vale a pena conhecer.
Depois digam-me se "aquilo" é música.
Quanto a mim a questão será:
Como consideramos a MAIORIA, a grande parte, da música de autores Moçambicanos.
Mas també há boa música.
Todos os povos tem a sua boa música...sem demagogias....assim como poderemos dezer sobre a fotografia....o que nos falta é o conhecimento e a informacão do que se faz nestes mesmos países e estamos dominados pelos poderosos que tem acesso á sua divulgacão/promocão/internacionalizacão/e por aí fora.....não sei se me fiz entender .....Saravá o Guilhermo que impõe-se no Brasil como Mocambicano....
ResponderEliminarabraco
S.Santimano
Os brasileiros podem dizer o que quiserem da música 'moçambicana' que eles ouvem...atenção: que eles ouvem. Sim! Porque há dias apareceu um jovem na Tv Miramar ( que se diz cantor moçambicano radicado na Alemanha) a dizer que lá na terra de Hitler, a única música moçambicana que conhecem é o RAGA. Fiquei espera da vez dele de mostrar os seu talento e para meu espanto...ele passou quase 5 minutos a cantar e dançar, ao lado de Mr. Arsen, um estilo a Bennie Man e Sean Paul (da Jamaica)...ou seja, RAGA. Francamente!!!
ResponderEliminarBem, vamos lá propor, rapidamente, uma tipologia tosca da nossa nossa música:
ResponderEliminar1. Tradicional-rural, com nichos do que chamo música clássica rural (timbila, por exemplo)
2. Urbana e péri-urbana com um cancioneiro clássico iconizado por Fany Mfumo, por exemplo.
3. Estilos importados e adaptados, com periodização a fazer.
4.Estilos mestiços, combinando o nosso tradicional com o importado.
Teria ainda de saber onde colocar o Gospel. Enfim...
Podem corrigir-me?
...tipificar a nossa música como sem harmonia,é de um pretensionismo atroz....
ResponderEliminarquantos músicos bregas,horriveis existem no Brasil???
...só a pura ignorância pode justificar tal presuposto...
Moçambique é terra de grandes músicos e de música original dos mais diversos estilos....
o samba ,dita música emblemática do Brasil é simplesmente uma impotação da musica de Angola e de outros países africanos...
Será que esses opinativos alguma vez ouviram Rabadab Zamtaka, a banda que reunia Pedro Cumaio,Arão Litsuri e se não estou em erro o Hortencio ,o incontornável bardo Mucavel,a banda Monomotapa, conjunto João Domingos, Djambo, etc, falta de harmonia,poxa caras vão se catar!!!!!...
quanto ao Guilherme apenas dizer que ele é um cantor de covers e de criatividade nunca ouvi nada,cantor de boite,tipo imitando o Julio Iglésias,pode?????
Caro professor!
ResponderEliminar...com todo o respeito,devo-lhe dizer que não estava à espera desta censurazinha ao que se escreve no seu blog....
será que são pressões exteriores????
respeito-o muito,mas acho que assim perde-se a expontaneidade,o imediato...
Saudações democráticas
...não sei o que aconteceu,mas antes de fazer a minha critica escrevi sobre a postagem e não foi publicado,será que não passou na censura,eh,eh,brincadeira ,caro professor...
ResponderEliminarespontaneidade s.f. desculpem-me o erro
a forma como redigi,mal...faz entender que os elementos do Rabadab Zamtaka eram o Pedro,Arão e Filipe...não;esses formaram um trio muito famoso na decada de 70.
ResponderEliminarRabadab Zamtaca era composto pelos irmãos João e André Cabaço,Humberto, John e Cílio.
O Hortêncio era dos Monomotapa...me perdoem os conhecedores os meus erros!
Vivi esses tempos,mas a memória me atraiçoa...
Grandes bandas,que produziam música moçambicana legítima e de grande qualidade!!!
Não posso me esqueçer desse grande músico do passado e do presente ,de nível internacional Simeão Mazuze.
...e o Jeremias Nguenha!!!!
chegam estes nomes ???
ou precisam de comer um pouco de feijão nhemba com arroz srs. críticos brazucas de meia tijela para melhor respeitar a cultura alheia ?????
É no mundo que somos mais nós , porque só em nós nos perdemos. (penso eu)
ResponderEliminarCertamente o vosso país tem outros nomes de valor como o de Mia Couto, ( li quase tudo do Mia ) Guilherme de Melo, Malangatana, Bertina Lopes, José João Craveirinha...
porque absorveram o respirar, estar e pensar dos outros e não perderam a identidade mas sim preferiram acrescentar algo mais.
O Guilherme reconhece factos que podem ser importantes para melhorar, caso sejam entendidos.Portugal mudou esse pensar pequeno e hoje temos vários nomes a transportar a nossa cultura, alguns de origem moçambicana mas nas músicas existe a nossa assinatura e identidade.
Mais tons e melhores letras ( provavelmente erros que também já cometeu como cantaor de covers mas também como músico de originais ) ficaram como uma sugestão mas o seu testemunho é pacífico e manifesta o orgulho que tem em ser quem é e de onde é.
Afinal o Guilherme é um homem que leva com orgulho o Bom nome de Moçambique a várias partes do mundo e que ajudou muitos dos jovens moçambicanos a trilhar o mundo maravilhoso da música.
Existerão sempre géneros musicais para todos os gostos e ainda bem. ( alguém se sente superior ? )
Mas como em todo o lado as palavras são fonte de várias interpretações...e discórdia. Contudo também é verdade que assim se pensa , analisa e pode compreender melhor: debatendo.
Um Bem Haja ao Guilherme Silva e a todos os que abraçam o mundo da cultura e sobretudo a quem se permite ser quem é, sem fechar os olhos ao mundo.
Diz o Mia Couto algo parecido com :
A globalização começou com o primeiro homem. E é verdade.
Os vossos excelentes cozinhados não seriam assim sem ingredientes que foram levados até vós ( sabe-se lá quando ? e por quem ? ) mas orgulhosamente são assinados por vós. Têm a vossa forma de ser , estar e sentir.
Obrigada Moçambique !
'
( Que floresçam os 'Mia' e 'Malangatana'... da música )
"Arroz com feijão" (prato base da população na américa central e, em parte, do norte da américa do sul e do sul da américa do norte), também conhecido como "cristianos y moros", torna-se difícil de apresentar, a partir do Ceará, como sinónimo de ausência de harmonia.
ResponderEliminarTalvez como coisa comum e pouco especial, como quem diz "chima".
Aí, talvez o problema seja do músico que fez a tradução, e não terá percebido o que traduzia. Nada que muito bom antropólogo não faça, afinal.
A crítica por essas americanas paragens parece, então, ser que se trata de uma música trivial, igual a tantas outras e sem nada de entusiasmante.
O que não é, obviamente, verdade no caso dos mais interessantes músicos moçambicanos (os que têm a sua própria música e estilo, feitos de pegar, na sua forma única, as suas raízes locais e influências internacionais, reinterpretadas a partir daquilo que têm de especial e perticular), mas é quase um efeito automático na "música-consultoria" sem nada para dizer, em palavras ou música. Que grava fácil e se espera exportar mais fácil ainda. Sem resultado, porque imitação nunca é melhor que original (imite-se o que se faz "lá fora", ou receitas "tradicionais", sejam elas rurais ou urbano-coloniais).
Faz-se em Moçambique (pouca, mas importante) música de extraordinária qualidade. E fazem-se toneladas de música que é um longo bocejo, por muito que a batida seja rápida e se toque alto. Normalmente, em todo o lado, é essa última que passa mais e que se acha que vale a pena exportar.
Talvez por isso a imagem de "feijão com arroz" - com o sentido, garanto que real, que antes referi.