Aqui vai mais um número desta série.
O antropólogo Paulo Granjo ancorou o lobolo num campo importante: o da gestão dos espíritos e do seu papel homologador do quadro reprodutivo da prática. Escreveu, por exemplo: "No caso de Moçambique, os estudos mais recentes enfatizam um aspecto anteriormente deixado na penumbra: o papel central não apenas dos parentes vivos, mas também dos espíritos dos antepassados." E acrescenta: "(...) esse putativo envolvimento dos antepassados legitima ideologicamente a descendência e, no quadro das visões locais de domesticação da incerteza, é um instrumento de protecção do casal contra os perigos e infortúnios (aqui, aqui e aqui)."
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