Prosseguindo esta série, sempre com hipóteses, deixem-me tratar do problemas das substâncias.
Nos últimos dias tenho escutado expressões do género “os Moçambicanos são trabalhadores e pacíficos”. Esse tipo de afirmações é contrastado com outras contrárias, do tipo “os Sul-Africanos são preguiçosos”.
O pacifismo moçambicano já foi, enquanto categorização substancialista, várias vezes usado, por exemplo quando, no 5 de Fevereiro, contraposto à obra da mão invisível e arruaceira.
Ora, os Moçambicanos não são mais ou menos pacíficos do que outros povos. Não há uma substância chamada pacifismo ou belicosidade que nasça connosco, com natureza genética. O que somos, no que nos tornamos, depende das relações sociais nas quais estamos inscritos, nas quais nos construímos, nas quais vivemos.
Vamos para a África do Sul. Como imigrantes, os Moçambicanos procuram um emprego que lhes permita uma vida mais digna do que aquela que têm no nosso país. Como quaisquer outros emigrantes. E procuram não selectivamente, mas procuram simplesmente emprego. Algo que lhes permita cobrir o lobolo, sustentar a família, ter uma velhice mais digna. Ganhar pouco lá é ganhar muito quando comparado com o que na sua terra pode ganhar.
De facto e por alguns indicadores que possuo, eles são pacíficos. Nada de política, nada de envolvimentos em coisas de protesto. Estrangeiros, sabem bem que que a rebeldia os porá, num ápice, na fronteira, com ordem de expulsão. Eles são os colonizados de uma metrópole, a sul-africana. O complexo de dependência está, historicamente, instalado neles. Desde meados do século XIX que o trabalho migratório faz parte da cultura de milhares de Moçambicanos.
Nos últimos dias tenho escutado expressões do género “os Moçambicanos são trabalhadores e pacíficos”. Esse tipo de afirmações é contrastado com outras contrárias, do tipo “os Sul-Africanos são preguiçosos”.
O pacifismo moçambicano já foi, enquanto categorização substancialista, várias vezes usado, por exemplo quando, no 5 de Fevereiro, contraposto à obra da mão invisível e arruaceira.
Ora, os Moçambicanos não são mais ou menos pacíficos do que outros povos. Não há uma substância chamada pacifismo ou belicosidade que nasça connosco, com natureza genética. O que somos, no que nos tornamos, depende das relações sociais nas quais estamos inscritos, nas quais nos construímos, nas quais vivemos.
Vamos para a África do Sul. Como imigrantes, os Moçambicanos procuram um emprego que lhes permita uma vida mais digna do que aquela que têm no nosso país. Como quaisquer outros emigrantes. E procuram não selectivamente, mas procuram simplesmente emprego. Algo que lhes permita cobrir o lobolo, sustentar a família, ter uma velhice mais digna. Ganhar pouco lá é ganhar muito quando comparado com o que na sua terra pode ganhar.
De facto e por alguns indicadores que possuo, eles são pacíficos. Nada de política, nada de envolvimentos em coisas de protesto. Estrangeiros, sabem bem que que a rebeldia os porá, num ápice, na fronteira, com ordem de expulsão. Eles são os colonizados de uma metrópole, a sul-africana. O complexo de dependência está, historicamente, instalado neles. Desde meados do século XIX que o trabalho migratório faz parte da cultura de milhares de Moçambicanos.
Então, eles não são naturalmente pacíficos, eles são socialmente pacíficos, no geral essa é a única maneira que lhes permite viver, sobreviver e assegurar o pecúlio do futuro.
E são os sul-africanos realmente preguiçosos? Isso fica para o próximo número.
E são os sul-africanos realmente preguiçosos? Isso fica para o próximo número.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.