Outros elos pessoais

27 junho 2008

As mãos africanas de Pilatos (5) (continua)

Vamos lá mais andar um pouco mais nesta série, através de um curto texto de continuidade.
Tenho procurado mostrar que é necessário ver mais profundamente o problema da violência política, violência que está na raiz da postura assumida pelos críticos africanos que recusam serem as mãos africanas de Pilatos (saibam que tentarei explicar proximamente por que razão aqui em Moçambique não tomamos partido).
Igualmente já sugeri ser bom deixar de analisar Mugabe como um monstro, como pessoa em si. Naturalmente que talvez se possa pensar na frase de Desmond Tutu, a saber: Mugabe é o arquétipo do ditador africano. Mas sugeri que é de sistemas e de suas lógicas sociais que devemos falar.
E agora sugiro que é necessário avaliar ZANU-PF e MDC num molde analítico mais amplo do que aquele que consiste em vê-los como meros rivais políticos em luta pela democracia em si ou em vê-los a primeira como sua negadora e o segundo como seu defensor.
Adenda: a edição online de amanhã do “Notícias” já está disponível. Creio valer a pena ler a forma como o enviado do jornal ao Zimbabwe, Lázaro Manhiça, descreveu a eleição.

24 comentários:

  1. eu acho que tudo se resume ao medo que o opressor tem de passar a ser o oprimido

    jokas

    paula

    ResponderEliminar
  2. Tenho estado á espera do resultado sobre Mugabe mas vejo que hoje não será o dia. E tenho pena, já que amanhã não poderei ver nem comentar o seu blog, por estar ocupada em actividades um pouco ousadas.(digans de um estudo sociologico)
    Não sei se já conhece o meu blog, mas ao vê-lo saberá logo sobre o que me irá ocupar o dia de amanhã.
    Hoje fico-me por aqui esperando

    Jokas

    Paula

    ResponderEliminar
  3. Está bem....Eventualmente só amanhã se saberá o que já se sabe: que Mugabe ganhou. Faltará apenas saber com que dimensão estatística. E eu prosseguirei com a série, tb amanhã. Sim, já conheço o seu blogue.

    ResponderEliminar
  4. gostava que o povo desse uma licao , nao indo votar..

    Quanto ao meu blog, a fotografia do nu e um hobby que gostaria de aprefeicoar, gostava de ler a interpretacao de um sociologo de uma das fotografias la colocadas

    Quanto as minhas actividades ousadas, seria interessante ouvir a opiniao se um sociologo. Se a quiser dar use o mail que encontra no topo superior direito do blog, pois nao me sinto confortavel a falar num lugar tao publico

    Jokas

    Paula

    ResponderEliminar
  5. Intimidades Tá visto que amanhã será um dia bem preenchido para ti.
    Nunca entrei no teu blog mas fiquei curiosa sobre essas actividades ousadas...
    Vou dar uma espreitadela…:-)
    Lisa

    ResponderEliminar
  6. Lázaro Manhiça, um jornalista lamba-botas sem dúvidas nehuma. Anda com olhos fechados. Tem instrucções de quem?

    ResponderEliminar
  7. O Lazaro deve ter lido o "The Herald"...

    ResponderEliminar
  8. Enquanto que devia ter lido as informaçöes fabricadas na Europa, näo é verdade?

    ResponderEliminar
  9. Ainda estou aguardando análise do papel do governo Moçambicano ...... ?

    ResponderEliminar
  10. Devia ter sido um jornalista de verdade e ter lido pessoalmente o Zimbabwe. Dizer que houve boa afluencia as urnas nao me parece nada verdade.

    ResponderEliminar
  11. Nesse caso ser um jornalista de verdade é deixar de relatar os factos reais e divulgar as nossas convicçöes?
    Se tivesse sido a BBC, CNN ou o Le Monde, a noticia de boa afluência às urnas ia ser credivel para muita gente acredito.
    Acho que muita gente espera que haja violência no Zimbabwe para que näo se saia dessa ginaàstica de demonizar Mugabe.
    Interessate como quando näo gostamos de alguém queremos que sempre se comente apenas os seus actos negativos.

    ResponderEliminar
  12. Deixemo-nos de hipocrisias caro anonimo. O Zimbabwe chegou ao estado em que chegou por causa de se levar as coisas de animo leve como parece defenderes. Queres que acreditemos oque se escreveu ai?
    Queres que na nossa ingenuidade acreditemos que depois de toda violência que vinha se testemunhando no Zimbabwe de repente ficou tudo calmo. Come on!
    Demonizar Mugabe? Precisa? O camarada ja é um demónio mesmo. Louco pelo poder. O velho esta velho(84) e nada bom de juizo. Agora brincadeira é andarmos por ai a defender-lhe. Ok me digam que é de novo culpa dos colonos come on!... Isto comeca ficar igual a quando se culpa a guerra dos 16 anos por toda coisa que nao esta bem. Eu pessoalmente sempre defendi que a gra bretanha tem sua culpa na historia tal como a guerra fez das suas sim, mas sejamos honestos cada um consigo proprio Mudabe esta fora de si. Agora aqui dentro da casa tem gente defendendo ele sim. O "desaconselhar" a marcha programada para ontem é um exemplo. me deam uma santa paciencia.

    ResponderEliminar
  13. Mas é claro e lo'gico que quando termina uma violência sucede a calma, independentemente da velocidade que essa mudança possa ter. Ou a violência no Zimbabwe foi de tal modo que nem dà para se imaginar o seu fim?
    A minha intençäo näo é defender o ''demo'nio'', mas sim acompanhar os acontecimentos de cabeça fria e se necessàrio me separar da ideia comum.

    ResponderEliminar
  14. Anonimo(28.6.08 at 2.39 PM) escreveu:

    "Se tivesse sido a BBC, CNN ou o Le Monde, a noticia de boa afluência às urnas ia ser credivel para muita gente acredito"

    I would feel much more confident with the estimates of 3-4 newspapers than of only one.

    ResponderEliminar
  15. Eu sou o tal anonima e estou completamente de acordo com Sir Baba Sharubu, mas se os outros jornais näo escreverem sobre o assunto, por motivos desconhecidos, e nem escreverem para contestar a noi'cia que esse jornal que näo deve ser acreditado, o que fazemos no's que precisamos da informaçäo?

    ResponderEliminar
  16. Uso o "The Herald (como uso o "Noticias" local) com regularidade pois muitas vezes é através de jornais desse tipo que podemos fazer duas coisas: (1) analisar a forma como se justifica um dado estado de coisas; (2) ler nas entrelinhas. E, a esse nível, o "The Herald" é, quanto a mim, exemplar. E podeis crer que leio muitos jornais online, dos quais procuro, tb, dar conta aqui, como sabeis.

    ResponderEliminar
  17. Dear Anonimo: I dont know if I have the good answer to your pertinent question.
    Ideally, I would prefer to have a balanced account on the voter turnout at the ZIM election. If the relevant information originates from one ZIM source, then the writer should warn the reader about data limitations: for example, inadequate number of observers at the poll stations, too few foreign journalists reporting for major newspapers and news agencies, etc.
    I want to learn from journalists how to better read the world press, Mozambique include.

    ResponderEliminar
  18. Thank you Sir Baba Sharubu for your willing of answear me.
    The thing i hate at the journalistes is that they are always driving us to belive what they are beliving in, end sometimes when the reallity is different of what they wish they doesn't talk, they are giving up of being ''partials''.
    I think that the newspapper must tell us about the good also the bad news and let us a place to chose, not givig us what they've chosen.
    I'm sorry for my bad english.

    Anonimo.

    ResponderEliminar
  19. Afirmar que a partir de ontem, com o golpe do estado, já há paz no Zimbabwe é hipocrisia demais.

    As afirmacões do caro anónimo, não relevam qualquer separacão da ideia comum, mas sim voltar ou manter-se no discurso de que tudo o que acontece no Zimbabwe é da culpa da Gra-bretanha. E era assim mesmo há anos atras, aliás eram essas afirmacões que liamos em todo o lado na discussão sobre a presenca de Mugabe na cimeira África - UE.

    Qualquer pessoa que procura entender um facto ou um acontecimento, viaja muito pelos jornais possíveis. E, isso mesmo que seja para rir, por algumas peças parecerem caricaturas. Um passeio pelos jornais e até ao Público.pt dá para perceber quem são os cegos pela situacão do Zimbabwe.

    Eu não acredito em alguém por ser da casa/terra, mas pela forma prudente. Aceite que estou muito decepcionado por João Machatine. As afirmacões deste senhor são incríveis para ser coordenador do grupo de observadores mocambicanos. Mocambique tem gente que podia lhe representar fora e dar-lhe honra. Há sim, gente, isso repito, pois basta ver aqueles mocambicanos muito cautos, idóneos e íntegros em debates públicos na TVM ou na RM.

    Também sabemos que o jornal Notícias tem jornalistas cautos, sérios, idóneos e íntegros que deviam cobrir eventos deste tipo, para dar informacão que precisamos, mas ao contrário, pelo que nos parece, enviam-se jornalistas que dão a informacão ao sabor de um grupo, isso que o Bosse disse, lambe-botas.

    ResponderEliminar
  20. Se algum jornal/jornalista acha que Nelson vai ser ingénuo de acreditar tudo so porque esta dito/escrito, forget!!!!seja la quem for seja la que jornal for... Ainda tenho um pouquinho de juízo para analisar as coisas alem do se diz.
    Ok vou dar um Exemplo. Quando a delegacao da Zanu vem ca e diz que Mugabe ganhara esmagadora mente a segunda volta por exemplo eu me pergunto. Como um candidato derrotado na primeira volta pode garantir victoria esmagadora na segunda? Essa pergunta faria independentemente do jornal que trouxesse a noticia. Vem alguem e me diz que Tsvangirai foi preso por andar em carros sem Matricula...

    ResponderEliminar
  21. Entretanto, prossegui a serie e coloquei, depois, mais alguma informacao sobre o Zimbabwe.

    ResponderEliminar
  22. Se o Sr/Sra REFLECTINDO reflectisse ou tentasse se (re)informar sobre os diferentes tipos da PAZ mudaria, de uma forma, a sua maneira de reflectir sobre a paz no Zimbabwe.
    Existem muitos tipos de Paz e nenhuma näo é Paz, säo todas elas Paz.

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.