Pensei que estivesse a ler a letra do hino nacional. Mas não, era e é apenas uma veemente carta de leitor. Vejam este parágrafo: "Do Rovuma ao Maputo, do Índico ao Zumbo, temos riquezas. Temos madeira, ouro, petróleo... temos tudo. Temos areias pesadas, diatomites, clinc e quiçá outros materiais ricos como pedras preciosas, ferro. Os nossos mares, rios, florestas estão cheios de riqueza. Nós não somos pobres. Não somos pobres. Vivemos em pobreza. Vivemos em pobreza porque ainda não transformamos a nossa riqueza em riqueza."
Quem não sente bem na alma da alma o doce sabor da nossa alma de exportadores almacos? Quem não embarca logo neste almaca vertigem de tudo exportar, do camarão ao alumínio? Quem disse que ainda vale a pena sermos não recolectores (tirar os frutos), mas transformadores (termos a nossa indústria)? Tolice, essa mania da indústria nacional. Há coisa mais docemente sentadora do que exportarmos panga-panga e, depois, sentarmo-nos em sofás panga-pangados feitos na China e por nós importados? Meio-ambiente? Mas que coisa démodée: que se meio-ambientize! Camaradas, irmãos, amigos, realismo acima de tudo: exportemos! Viva o nosso coração matéria-primal!
Quem tem alma, alma-se!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.