Outros elos pessoais

24 setembro 2007

O que se faz a quem é encontrado a roubar?

Eis as respostas dadas há dias numa escola da cidade de Maputo por duas crianças de 13 anos (amplie as imagens clicando duas vezes com o lado esquerdo do rato sobre elas).

13 comentários:

  1. professor! as respostas dos meninos transportam muita informação que deve servir de chamada de atenção a todos nós. Os dois são unanimes no amarar e bater e só depois é que sugerem ESQUADRA. O segundo mostra-se bem cauteloso quanto á esqudra(o ladrão pode pagar e ser solto). Parece que o abismo está tomar conta da nossa sociedade.
    Jorge saiete

    ResponderEliminar
  2. Justamente, justamente. Este tipo de cartas (possuínos centenas) são verdadeiras minas concernentes a muita coisa. Abraço.

    ResponderEliminar
  3. Lembro-me quando menino, dava-me gosto apedrejar um cao, ate que depois vim pro outras terras e aprendi a amar os animais.

    Lembro-me que ficava por detras das flores, em pleno entardecer com a minha "gang" fisgando os ""passantes" com abelha quente diziam que aquilo podia furar o olho. Mas la eu tava preocupado com isso.Tinha eu menos de 14 anos.

    Lembro-me de uma crianca Australiana, filha de um casal amigo que foi a Mocambique passar umas ferias (quem nao quer conhecer Africa??), chorando que nem uma Madalena pela tristeza de ter visto criancas pobres no seu primeiro contacto com as ruas de Maputo.

    Pode nao ter a ver com os relatos destas criancas. Mas, para mim estes exemplos sao tipicos de como o ambiente em que vivemos ensinam-nos muita coisa.

    ResponderEliminar
  4. Vc é na vida aquilo que a vida o ensina. E depois gente desconfia de tudo.

    ResponderEliminar
  5. Numa outra linha de análise, curiosa é para mim a frequente duplicação de letras (vogais ou consoantes) que se nota na primeira resposta:
    - oo que devemos nós fazer?
    - RR:
    - ddevemos pega-lo
    - mmorre(?)
    - voltar mais aa roubar
    - porque eesse não matar
    - até à morte ddele
    Alguém tem alguma explicação para isso?
    Fátima Ribeiro

    ResponderEliminar
  6. Ó Fátima...Que surpresa a minha! Não tinha prestado atenção a isso. E verificar as outras redacções. E tb vou perguntar ao Henriques Nhaombe, que pertence à equipa e é formado em linguística aplicada.

    ResponderEliminar
  7. É a primeira vez que vejo este problema, esta espécie de gaguez na escrita, e num texto em que, embora por vezes não se distingam algumas letras (r-s; m-n), figura uma caligrafia muito ordenada e elegante. Seria do maior interesse ver o modo como o/a estudante lê e fala.
    Consultei agora na internet alguns textos - poucos, é verdade - sobre dislexia, disortografia e disgrafia, mas não encontrei citado nenhum exemplo como este.
    Fátima Ribeiro

    ResponderEliminar
  8. Nao tera isto a ver com alguma regra qualquer que alguem incutiu nesta crianca. Porque observo no orignal que essa repeticao acontece somente na primeira palavra do comeco de uma nova linha, exceptuando o inicio dos paragrafos.

    Interessante seria saber se os colegas da mesma turma apresentam as mesmas tendencias. Caso seja positivo, entao pegamos no Prof. de PPortugues, aamarra-mos e ddamos-lhe porrada para nao mais corromper a mente dos miudos.

    PP

    ResponderEliminar
  9. É isso mesmo, PP, sempre em início de linha, com excepção de começo de parágrafo evidente (e um caso duvidoso na 7ª linha). O que observa talvez reduza a pertinência de ver como a criança lê e fala. Para ela parece, de facto, ser regra de escrita, mas não creio que tenha sido incutida pelo professor. A comparação com outros estudantes da mesma turma traria conclusões.

    Professor, qual será a incidência de problemas como a dislexia, por exemplo, em Moçambique? Como se manifesta? Tem merecido alguma atenção do MEC, de trabalhos de investigação? Não terá ela a sua quota-parte de responsabilidade nos fracos resultados da aprendizagem? Que estará a acontecer nas turmas de cem alunos, em que o professor não tem qualquer hipótese de acompanhamento personalizado de casos particulares?
    Fátima Ribeiro

    ResponderEliminar
  10. Eh, tinha um professor de portugues na 7ma classe (decada 80) que dizia que Facto devia ler-se Fato. Porque Baptista le-se Batista.

    Imaginem, nos petizes discutindo com o professor ( I.G.B, nao me esqueco deste senhor), mas prevaleceu a autoridade. Quer dizer, a regra era aplicavel somente na presenca dele e gracas a deus la fora Facto era Facto.

    PP

    ResponderEliminar
  11. Fátima, lamento mas nada sei sobre a dislexia. As redacções permitem levantar problemas linguísticos e de de ensino/aprendizagem fascinantes.

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.