Outros elos pessoais

25 setembro 2007

Moçambique em 23.º na boa governação entre 48 países subsarianos avaliados pelo Índice Ibrahim

Em primeira mão: o nosso país foi classificado em 23.º lugar na boa governação em 2005 (melhorando desde 2002) entre 48 países subsarianos avaliados pela Fundação Mo Ibrahim, em resultados hoje dados a conhecer e que foram produzidos pela Escola de Governo Kennedy, um departamento da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos .
O Índice - financiado por Mo Ibrahim, multimilionário de telefonia móvel, cujo nome é, também, o da Fundação à retaguarda do estudo - opera em cinco sectores: Protecção Pessoal e Segurança, Estado de Direito, Transparência e Corrupção, Participação e Direitos Humanos, Desenvolvimento Económico Sustentável e Desenvolvimento Humano.
Os primeiros lugar foram ocupados por Maurícias (1.º), Seychelles (2.º) e Botswana (3.º). Países como Angola (42.º) e Nigéria (37.º) ficaram à retaguarda do Zimbábuè (31.º) e, mais surpreendentemente, o Rwanda ocupou o 18º lugar. Nos PALOPs, Cabo Verde está na melhor posição, a 4.ª na classificação geral. A África do Sul ficou em 5.º lugar.
Estes são resultados que certamente irão provocar grande surpresa e debate, como salienta hoje a BBC.
O editor da BBC para Assuntos Africanos, Martin Plaut, afirmou que os resultados revelam que os académicos parecem depositar mais credibilidade no desenvolvimento do que nas liberdades democráticas.
Podemos e devemos questionar os critérios. Mas tenho para mim que os países africanos precisam deste tipo de avaliações. Em última análise, elas obrigam-nos a pensar e eventualmente a mudar o que, muitas vezes, não queremos mudar. Depois, não fica mal recordar que no passado era uma tradição africana chamar "árbitros" externos para a boa mediação e resolução de problemas.
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19:15: acabei de dar uma entrevista à BBC a propósito desses resultados.

10 comentários:

  1. Sao Tomé e Principe tbem nao esta mal, 10° lugar, gostaria de saber um pouco mais sobre a metodologia...

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  2. Leia no portal que figura na postagem. Há lá uma explicação sobre os critérios e sobre as fórmulas aplicadas...

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  3. > Clube dos 48 Subsarianos = clube da mediocridade.
    > É caso para dizer: com o mal dos outros, podemos nós bem! Queremos melhor.
    Florêncio

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  4. Ainda estudo os critérios usados pelos americanos de Harvard.

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  5. Vamos ter que discutir muito sobre isto.

    Observando ainda no "Ibrahim Index and category scores", Mocambique perdeu 3 pontos entre 2000 - 2005, entretanto, o gráfico "performance over time", indica que Mocambique desceu de 2000 para 2002 e daí está melhorando. Estarei a ver ou ler mal?

    P.S. Uma outra coisa interessante é o "paper" sobre o estado da pobreza ou o combate à pobreza, por Joseph Hanlon. Fiz indicacao no meu blogue e pode-se buscar do AWEPA.

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  6. Boa noite

    Melhorar é sempre bom, até mesmo quando os critérios usados não sejam os melhores. Cabo Verde quer mesmo entrar numa via democrática.
    Desejo que Moçambique caminhe cada vez mais nessa direcção e que suba sempre, ano após ano.

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  7. O gráfico do Índice Ibrahim mostra uma ligeira evolução. Tb observei as oscilações que refere. Mas procuro ainda compreender os coeficientes e pesos atribuídos. Tb vi o trabalho de Hanlon. Obrigado!

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  8. > Concordo com o Saraiva de Sousa: para quem não tem nada, o pouco é muito. Mas enquanto andarmos por estes níveis e houver tanto a racionalizar, temos que querer / exigir mais.
    > Cabo Verde, se virmos bem, é outra Africa.
    FM

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  9. De facto, após muita leitura de tantos dados quase que incompreensíveis a minha mente simplista continuo na teimosia de aceitar o que me fornece com o que vivo. Senhores, duas críticas: este estudo é feito por pratrocinadores directos dos muitos dos nossos projectos, incluindo o nosso OGE. Segundo, por favor, peço a vossa atenção aos critérios usados para classificação: 1. Protecão Pessoal e Segurança (por favor); 2. Estado de Direito (qual princípio constitucional de Estado de direito que Moçambique se pode orgulhar de cumprir?);3. Transparência e Corrupção (sem comentários); 4. Participação e Direitos Humanos (pois é, tão exemplar como o caso da açucareira a pouco), 5. Desenvolvimento Económico Sustentável e Desenvolvimento Humano (bastante cómico, li o artigo atrás sobre o aumento da má nutrição no país e tem lá o que tem). Enfim, acho bastante cómico tudo o que aqui me foi apresentado, contudo um apelo aos camaradas pensadores por vezes tornar-mos verdadeiramente críticos a cada informação que nos dão nos torna melhor. Por favor, como podemos nós aceitar um estudo feito por alguém (inda que cá tenha vindo analisar) com bases em números e cálculos (que é o que interessa aos FMI, BIRD, e todas estas organizações económicas) como verídica sendo extremamente contrária do que vivemos? Não estaremos nós a aceitar que alguém venha a nossa porta e diga que na nossa casa gozamos de optimas condicoes de saúde enquanto ontem tive que suspender a medicação de dois parentes doentes por falta de dinheiro para comprar os medicamentos que sao caros e que estando ao início do mes tenho que esperar mais de 20 dias para receber o ordenado e capacitar-me a compra dos mesmos, isso se os meus doentes até lá resistirem?

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  10. Prossiguemos, mentalidade aberta e crítica sempre!

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