Outros elos pessoais

07 julho 2007

Os corpos de Mabunda


O jornalista Lázaro Mabunda escreveu uma crónica a mostrar indignação com o facto de a mediática Dama do Bling expor o corpo quando canta, coisa anti-africana até porque na sua terra natal, do Mabunda, o corpo não se expõe, as partes mais sagradas devem ficar cobertas "desde os joelhos até ao pescoço". Em África o corpo é valorizado. E estabeleceu assim esta tese: "Na Europa e noutros continentes a coisa é outra: o corpo humano não é tão valorizado como em África, é muito menos que de um cão". Importa, assim, moralizar tudo isso - pede Mabunda ao Governo: "Música moçambicana não é imoral. A imoralidade reside nos actores de filmes extra-africanos."
Acontece que o Bayano Valy leu e comentou a espartana crónica, lembrando ao atormentado Mabunda que na Suazilândia as partes mais sagradas não são cobertas.
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Adenda de 07/07/07: o Sr. T. Bijito tem no "Notícias" de hoje uma bela crónica de repulsa moral pelo mesmo motivo, na qual aponta a "nudez feminina na sua condimentação" e as "imperfeições do seu corpo" (Dama do Bling).

3 comentários:

  1. Algumas vezes, quando meus compatriotas clamam sobre o que é mocambicano ou africano, só fico com boca aberta. Acho-os pretenderem conscientemente desvirtuar o sentido verdadeiro do que é africano/mocambicano. Até preferem pegar o que é estrangeiro africanizando, desde que isso seja do gosto deles e lhes convêm. Imaginemos isso que o Lázaro Mabunda fala é algo para observar com as irmãs de caridade (missionárias) ou mulheres muculmanas crentes (praticantes).

    Nem para Suazilândia precisamos de ir, mas apenas há poucos quilometros das nossas cidades, encontramos mulheres sem blusa nem guarda-mamas. É a nossa cultura ligeiramente misturada com outras. E isto podia ser suficiente, penso eu, para reflectirmos sobre os usos e costumes de toda a gente que vive nas cidades, se não constituem o ponto mais alto de mistura de culturas?

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  2. Procure seguir a sequência do meu texto...

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