Outros elos pessoais

01 maio 2007

Desfile dos trabalhadores em Maputo


A partir do comentário de um leitor e de alguns minutos vendo os noticiários das estações televisivas e STV e TVM, achei bem deixar aqui algumas breves notas para ulterior reflexão:
1. Os trabalhadores desfilaram sem que os seus salários tivessem sido revistos.
2. Os da Saúde exibiram cartazes que mostram nostalgia chissaniana e uma evidente crítica ao guebuzismo que tem Ivo Garrido como ministro da Saúde.
3. O apelo à melhoria das condições de vida e de justiça foi generalizado.
O empenho milenarista em geral e o emprenho distrital em particular do executivo de Guebuza não podem marginalizar os problemas cada vez mais complexos de gestão das populações urbanas.
Se é nos distritos que estão os mais pobres, é nas cidades que vivem aqueles que têm uma noção mais próxima, imediata e crítica daquilo que o Estado faz ou não faz pelo bem-estar, sejam quais forem a médio prazo os resultados da injecção de um orçamento melhorado em cada um dos 128 distritos do país.
A pobreza urbana na África sub-sariana é hoje um enorme desafio. Em relatório datado de 1991, por exemplo, o Banco Mundial afirmou que ainda que a pobreza seja largamente um fenómeno rural em muitas regiões, a pobreza urbana tornar-se-á no futuro, em África, o problema mais significante e politicamente explosivo[1].
Como alguém observou, a África subsariana é a região que mais se urbaniza no mundo e dentro dos próximos 30 anos ter-se-á tornado mais urbana do que rural[2].
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[1]World Bank, Urban Policy and Economic Development: An Agenda for the 1990s. Washington, D.C.: World Bank, 1991, p. 4.
[2] Baker, Jonathan, Introduction, in Baker, Jonathan (ed.), Rural-Urban Dynamics in Francopone Africa. Uppsala, Nordiska Afrikainstitutet, 1997, p. 13.

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