Outros elos pessoais

01 maio 2007

Os trabalhadores do desporto


A Rádio Moçambique tem dedicado muito espaço hoje em geral ao 1.º de Maio e em particular ao que pelo menos um locutor chamou "trabalhadores do desporto que produzem a riqueza desportiva". Naturalmente que os trabalhadores do desporto se queixaram muito das condições em que têm de produzir a riqueza desportiva.
Achei muito interessante essa extensão do conceito "trabalhadores".

13 comentários:

  1. Estive a acompanhar o desfile, gente empunhando cartazes com dizeres reivindicativos, entoando canções reivindicativas, dançando (como não podia deuxar de ser) e mais. Não consegui contabilizar as empresas que desfilaram, só sei dizer que foram muitas, mas muitas mesmo. Aumento salarial, justiça social, racismo, discriminação dos nacionais, criação dos tribunais de trabalho, saudades chissanianas (aqui foram os trabalhadores do HCM que entoavam cânticos saudosistas, reivindicavam 30 dólares mensais prometidos pelo Chissano na despidida com estes. No Guebusismo não aparecem, e se aparecem, aparecem com mutilações. Aqui o Chissaano é hosanado, élembrado com nostalgia e, logicamente o Guebusismo vilipendiado em surdina e anonimato) Gostaria de ter uma entrevista com Prof. sobre as manifestações dos trabalhadores. Como sabe o jornal sai às sextas-feiras, seria melhor se fosse hoje ou amanhã. Beúla, estagiário do SAVANA.

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  2. Amanhã, se possível...tentarei ver um pouco pela televisão.Interessante o saudosismo!

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  3. Individuos desconhecidos e a monte, assassinaram, há quase uma hora, um indivíduo na cruzamento da Avenida Marian Nguabi e Rua da Resistência, perto da Esquadra da PRM (6ª ou 8ª?).A mortal vítima é, na linguagem popular, monhé. Outro ocupante da viatura foi gravemente ferido e já foi transportado para o HCM. Beúla

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  4. Ele foi morto por ser "monhé"?

    Cumprimentos. GM

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  5. Não GM, quis dizer que a vítima é de origem indiana ou asiática, sem querer com isso explicar as causas da morte. Recorrí à categorização, problemática, para fornecer um dado da identidade da vítima e, amiúde, os crimes entre nacionais de origem indiana ou indianos têm tido explicação nas relações comerciais. Mas esse pode não ser o caso. Portanto o debate que pretende levantar sobre se a vítima foi morta por ser "monhé" é de todo prescindível. Ninguem é morto por ser o que é, mas na relação que se estabelece entre ele, a sua identidade e um facto real ou imaginado que incomoda certas pessoas. Não é o que a pessoa é que lhe torna vítima, mas o contexto social. Sobre o móbil do crime ainda não se avançou nada. Populares especulam que se trata de um ajuste de contas entre comerciantes.
    Repito, não foi morto por ser "monhé", talvés pela probabilidade que os assassínos têm de não sofrer nenhuma sansão instituicional pelo acto cometido, (não por ter matado um "monhé", mas devido a problemas da nossa PRM, Justiça, PGR, enfim da Justiça). Beúla

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  6. O caso teve alguma a ver com o desfile?

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  7. Beúla, na minha mais recente entrada há dados que, com outros, podem dar algum pano de fundo para o trabalho que quer fazer.

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  8. As comemorações do 1º de Maio, Dia Mundial dos Trabalhadores, tiveram este ano, pelo menos na cidade de Maputo, uma das maiores aderências de empresas privadas e públicas. Em procissão, os trabalhadores, vestindo camisetes com timbres das respectivas empresas e empunhando dísticos com frases reivindicativas e apelativas, partiram da Praça dos Trabalhadores e desaguaram na da Indepedência, o epicentro da “purificação laboral”. Justiça social, salarial e laboral, melhores condições de trabalho, aumento salarial, sindicatos livres e fortes ao serviço do trabalhador, abaixo o racismo, o deixa-andar, são alguns dos dizeres estampados nos panfletos carregados pela massa laboral envolta em cantos e danças. O desfile era tal que algumas empresas aproveitaram o ambiente para publicitar os bens ou serviços.


    Ví os dados e vão ser me úteis para o trabalho. Mas ainda tenho questões:
    1. Que significado tem a data no imaginário dos trabalhadores. Será que estão mesmo a fazer aquilo que deixam transparecer, ou, por outra, estão a reivindicar de forma consciente os seus direitos? Ou é uma forma de "purificação", "de simples desabafo", de auto-exorcização de "fardo de problemas" acumuladas desde 2 de Maio de 2006?
    2. Repare que em cada ano só saem uma vez em massa, não para levantar novos problemas, mas os velhos problemas, levantadas nas ocasiões passadas. Esperam alguma solução?
    3. Os problemas levantados são mais que suficientes para se organizar uma greve, pelo menos ao nível da cidade. Por que não fazem tal coisa numa outra data, mesmo sabendo que as reivindicações que levantam são legítimas.
    Como vê são perguntas confusas de quem quer perceber a lógica das massas laborais. Reivindicam, à noite estão a beber e a dançar no mesmo local que a tarde marcharam. Amanhã voltam aos problemas de que se queixaram hoje, até 1º de Maio de 2008.
    5. Será que um dia poderão sair a uma sem ser necessariamente o dia do trabalhador? Ou, na sua lógica,as manifestações, as greves não resolvem problemas?
    6. Como se constrói essa realidade social ou como construir socilmente essa realidade.


    Quanto à questão do caso de assassínio, não, não teve alguma a ver com o desfile.

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  9. Coloca, em meu entender, questões pertinentes, às quais não sei responder por que não investiguei. Mas creio que qualquer das questões pode dar um excelente debate.

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  10. hevjpzEu gostaria de saber quem patrocina (t-shirts, bonés, capulanas, dísticos...) e incentiva hoje esta participação dos trabalhadores no desfile. São os comités sindicais? É O patronato? É motivação intrínseca dos trabalhadores? E os partidos políticos têm a nível de base algum papel?

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  11. Creio que os "parceiros" da OTM e de outras organizações sindicais sempre arranjam algum dinheiro para isso. Por outro lado, há sempre os excedentes dos anos anteriores. Creio que a Frierich Ebert, por exempolo, financia coisas dessas.

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  12. O patronato da empresa a que estou ligado é que comprou as camisetas.

    GM

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