Outros elos pessoais

14 fevereiro 2007

De novo a síndrome da mão estrangeira


O síndrome da mão estrangeira continua na ordem do dia a propósito da saúde florestal no país. O que se segue constitui, em minha opinião, um excelente conteúdo para as aulas de sociologia.

Em artigo de opinião hoje publicado no jornal "Notícias" e a propósito dos "supostos amigos das florestas", o Sr. Adelino Buque pediu ao presidente da República que ficasse calmo e continuasse "com a sua carregada agenda de combate à pobreza", pois a carta que lhe escreveram (a minha, claro) "não passa de um falso texto com cheiro a xenofonia". Fazendo uso de dados oficiais sobre o bem-estar florestal do país, o Sr. Buque afirmou que tudo foi preparado de forma a "abalar as autoridades locais na cooperação" com a China e a propósito da visita do presidente chinês a Moçambique. A campanha anti-chinesa "usou" (sic) "pessoas com créditos firmados na praça em termos de análise dos assuntos da sociedade, pessoas do mundo da academia e também instituições de cooperação". Porque o plano exigia presteza "e o exercício tinha de ser feito muito rapidamente, não se deram tempo para análises muito mais cuidadas e desprezaram detalhes que definitivamente põem em causa as suas teorias sobre o perigo de desertificação."

O Sr. Buque escreveu ainda que importa "pôr ordem na casa", impedir que se ponha "a sociedade de costas viradas contra o seu Governo" e "reequacionar o papel de algumas organizações que actuam em Moçambique".

O Sr. Buque recordou que, quando era criança, se falava do "perigo de chineses porque estes comiam pessoas, de preferência crianças, e as pessoas eram educadas pelo sistema colonial a olhar para os chineses com desconfiança".

Para ler na íntegra este notável exercício da mestria complotária e da síndrome da mão estrangeira, clique aqui.

6 comentários:

  1. Enganou-se, minha Senhora: trata-se de um plano da antiga KGB em concluio com a Renamo para proteger a máfia russa do camarão.

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  2. Cá por mim penso que deve ser maka da Eta basca.
    AFF

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  3. É assim na nossa terra, sempre que se protesta ou se luta contra alguma coisa há mão externa e se associa ao colonialismo que nada tem a ver com o assunto e vice-versa.

    O Sr Buque, claro que deve mostrar sempre que é quem manda o Presidente da República. Ele não é um dos cidadãos como tantos outros, mas o mais cidadão. Nos textos dele [Sr. Buque] mostra que ele autoriza ou desautoriza o PR a dialogar com outros cidadãos desta terra. Portanto já sabemos claramente que se não resposta em nada por parte do executivo se deve ao Exmo Senhor Empresário Buque.

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  4. São estes "Buque's" espalhados por aí, servis, subservientes e sempre bajulando o poder instalado, não importando a côr política, que encorajam atitudes agressivas desse mesmo poder para com a natureza e para com a sociedade em geral.
    Cancros desse teor, arrotando ladainhas ilusória e politicamente corretas e argumentos que embriagam ingénuos ou inocentes iletrados, vão florescendo em sociedades dominadas por minorias duvidosas em seus conceitos de honestidade e onde o retorno finaceiro é altamente gratificante para essas minorias.

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  5. Estou a "ver" o Professor, na calada da noite, a entrar num quarto fechado (preferencialmente dum Hotel, a moda Nini) para receber um saquito cheio de dinheiro americano,em troca da sua alma, alias, do seu bom nome, de Moçambique e da China, esse amigo de longa data. Estou também a "ver" Adelino Buque, guarda do mesmo Hotel, a ver tudo, registando com pormenor, todos passos: a entrada dos conspiradores, o quarto, sentados a mesa, e a recepção da massa, leia-se dinheiro!

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