Outros elos pessoais

21 janeiro 2007

Os rios nascem a jusante: punamo-los!


Existem ideias e medidas que têm o mérito de ser profundas.
Punir os defecadores a céu aberto para que aqueles que defecam a céu fechado durmam tranquilos, já nós vimos.
Agora é a vez do Ministério da Mulher e Coordenação da Acção Social desejar "atacar as causas da mendicidade" através de várias medidas, entre as quais a penalização das famílias produtoras de mendigos e daqueles que "actuam como agentes estimuladores da mendicidade", uma notícia que surge hoje no semanário "Domingo", conforme imagem anexa.
Este é um país cada vez mais povoado de medidas que têm por ideia fundadora a de que os rios nascem a jusante e que se transbordam a culpa é deles e não das margens que o comprimem.
Dessa maneira podem as margens dormir tranquilas à sombra da sua consciência neo-liberal.

2 comentários:

  1. Quando eu era pequena ensinaram-me a cantar que eu era continuadora de uma revolucao que se chamava mocambicana...

    Ensinaram-me que todos juntos venceriamos o inimigo, que todo dia se recriava e transformava, mas que tinha na sua essencia o mal de um povo bom, que se chamava mocambicano...

    Quando eu era pequena deram-me 'A Mae' de Gorki para aprender que a uniao faz a forca e que a luta pela justica e pelo que se cre justo, nao escolhe idades (e nao deveria escolher classes).

    Ensinaram-me que o nosso destino esta intimamente entrelacado com o destino daqueles que conheco e tambem dos que nao conheco, e que eu nao posso dormir feliz enquanto souber que ha quem nao o faca.

    Quando eu era pequena...

    Tenho em crer que os senhores que tao bem me educaram, nesta ideaologia (obviamente) retrograda e demagoga, sabiam que nao funcionava realmente e preferiram passar o tempo da dita revolucao a ver desenhos animados de Tom & Jerry, onde aprenderam a varrer os problemas para baixo do tapete... a espera do momento em que pudessem ser e fazer de acordo com as suas consciencias.

    ResponderEliminar
  2. Este ano é decisivo para novos número em relacão a reducão da pobreza absoluta. E eles não devem parecer certos? As famílias não podem ajudar em forjá-los construindo um muro?

    Acima de tudo, tenho dúvidas que haja pessoas que queiram ser mendigas desta forma...

    António

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.