Sexto número aqui. Nos números anteriores procurei mostrar que somos um país produtor e sofredor de guerras, um país de mortos sem conta e sem paz. Falta abordar uma questão muito delicada: constam os mortos contemporâneos (de 1975/76 a esta parte) e a responsabilização social, da agenda de trabalho conducente à paz? Tanto quanto se pode ler na informação alusiva aos muitos encontros da comissão mista [já lá vão 20 rondas negociais], não há uma única referência a esses dois itens. Para a chamada guerra dos 16 anos e para os seus muitos mortos e estropiados, a amnistia decretada lavrou o esquecimento [em grego amnestía significa justamente esquecimento] de quem matou, feriu, destruiu e fez emigrar em massa [recorde o genocídio aqui]. Muito provavelmente e para o período actual, se e quando a paz política surgir nova amnistia entrará em vigor. Se isso acontecer, lá teremos uma vez mais os espíritos enlutados incomodando - segundo a crença popular - os vivos das mais variadas maneiras porque injustiçados com tanta impunidade.
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