Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
24 abril 2016
Sobre a paz
1 comentário:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
O que me parece insensato nesses todos apelos é a falta de honestidade e frontalidade para analisar as razoes objectivas e as motivações do (actual) status quo.
ResponderEliminarEstes apelos perseguem a ideia simplista de uma Paz que é apenas a ausencia de Guerra . Não desejam perceber que a diabolização da Renamo pretende atingir a mobilização possível em torno da eliminação física desse partido para se instalar, de novo, a ditadura.
Este cenário reforça a ideia de a Democracia pode ser uma utopia entre os Bantus que têm já desenvolvido o conceito de inimigo mas nao de oposição o que faz com que ambos sejam tratados do mesmo modo . É assim que se oposição faz comícios muito concorridos os sistemas posicionam-se para eliminar a liderança. Se a oposição se defende então torna-se pária e todos os seus actos se tornam crime o que consolida a ideia de que sao o Inimigo.
Mas devia ser simples perceber que se o inimigo representa 40% da população com consciencia eleitoral e a essa porção de pessoas nacionais é sistematicamente negado ou difficultado o diireito de acesso pão e ao trabalho por via de politicas e praticas exclusoras isso significa dizer que 40% dos cidadãos ainda não beneficiam integralmente do advento da independencia assistindo-lhes o direito à luta pelos seus legitimos direitos.
É condenável a impunidade de quaisquer crimes numa sociedade de direito. Se em 1992 tivessemos optado pela operacionalização de uma comissão de Paz e reconciliação talvez hoje já não nos assustasse tanto a ideia de uma rua Uria Simango, compatriota combatente pela liberdade e independencia de Moçambique, fuzilado pelo crime de pensar um rumo differente para o país. Com o agravo de que talvez hoje estejamos justamente a seguir alguns troços dessa rota.
Viva a boa Paz.