Adenda: sociedade civil é, na verdade, um utensílio a todo-o-terreno. Tudo e nada, afinal, nela podem caber. A expressão guarda um profundo sentido normativo, construída que é eticamente por oposição (aparente, muitas vezes) ao Estado-Papão. Tem o sentido corrente de um conjunto de actores e de instituições vivendo à margem de um Estado definido como privador por uns (sectores neo-liberais) e como pouco redistribuidor por outros (sectores populares). Em Moçambique, a expressão desenvolveu-se especialmente nos anos 90. Teve primeiro o significado de algo oposto aos actores da guerra logo após os acordos de Roma de 1992 e possui hoje a dimensão de uma voz não violenta ao lado do Estado. Entretanto, para além do recurso a uma sociedade civil “privada” não estatal, existe hoje, cada vez mais, uma reavaliação e, de alguma maneira, uma reapropriação popular do conceito, a cargo de todos aqueles que se sentem excluídos dos benefícios da chamada globalização e que por isso e contra isso lutam. Daí que haja hoje quem use a expressão “sociedade civil popular”. No caso aqui em apreço, não estamos apenas diante de uma expressão 4x4, mas também diante da mais pungente confusão: parlamento, partidos políticos, sociedade civil e populares.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
10 agosto 2015
Expressão 4x4
Adenda: sociedade civil é, na verdade, um utensílio a todo-o-terreno. Tudo e nada, afinal, nela podem caber. A expressão guarda um profundo sentido normativo, construída que é eticamente por oposição (aparente, muitas vezes) ao Estado-Papão. Tem o sentido corrente de um conjunto de actores e de instituições vivendo à margem de um Estado definido como privador por uns (sectores neo-liberais) e como pouco redistribuidor por outros (sectores populares). Em Moçambique, a expressão desenvolveu-se especialmente nos anos 90. Teve primeiro o significado de algo oposto aos actores da guerra logo após os acordos de Roma de 1992 e possui hoje a dimensão de uma voz não violenta ao lado do Estado. Entretanto, para além do recurso a uma sociedade civil “privada” não estatal, existe hoje, cada vez mais, uma reavaliação e, de alguma maneira, uma reapropriação popular do conceito, a cargo de todos aqueles que se sentem excluídos dos benefícios da chamada globalização e que por isso e contra isso lutam. Daí que haja hoje quem use a expressão “sociedade civil popular”. No caso aqui em apreço, não estamos apenas diante de uma expressão 4x4, mas também diante da mais pungente confusão: parlamento, partidos políticos, sociedade civil e populares.
1 comentário:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
No global estes grêmios improdutivos , constituem-se nos maiores empregadores dos países mais pobres do planeta. Com ajuda de muitos para quem pão já não é preocupação.
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