Outros elos pessoais

20 outubro 2014

Ante a profecia nãorealizável da Renamo: o que vai agora suceder? (5)

-"[...] Desta vez a vitória é nossa, uma vez que as condições já estão criadas para o efeito. A vossa presença massiva (no comício) mostra claramente que Dhlakama já é inquilino da Ponta Vermelha. E isso está fazer com que alguns candidatos respirem fundo. No dia 15 vamos apenas às urnas confirmar a nossa vitória”, disse o candidato da Renamo."Aqui.
-"A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) reivindicou esta quinta-feira, dia 16 de Outubro, vitória nas eleições gerais de 15 de Outubro em Moçambique e disse que não reconhece os resultados eleitorais, anunciou o porta-voz do partido." Aqui. (recorde a adenda 12 aqui)
Quinto número da série. Passo ao terceiro ponto do sumário proposto aqui, a saber: 3. A sedução das multidões e a crença absoluta na vitória. Os três candidatos presidenciais deste ano foram seduzidos pelas multidões. Mas Dhlakama foi aquele que, publicamente, melhor expressou a sedução. Falta fazer um estudo sobre a composição social das multidões. Por agora e como hipótese, sugiro quatro tipos de pessoas, genericamente consideradas (sem referência ao estatuto social) que frequentaram os comícios e os desfiles de carro de Dhlakama: 1. Os militantes e os simpatizantes da Renamo; 2. Os curiosos de ver aquele que andou no mato desafiando o poder central, aquele que, nas percepções populares, não teve medo; 3. Os meros amantes de espectáculos sinestésicos que, em sua transversalidade, não perdem qualquer comício, seja de quem for. 4. Finalmente, os ansiosos por prendas de campanha (capulanas, camisetes com a efície do candidato, porta-chaves, sacos plásticos, etc.), no que (parece) a campanha de Dhlakama não foi pródiga. Seduzido pelas multidões, Dhlakama prometeu mudar a vida e reescrever o futuro e a esperança. Diante de tanto aplauso, de tanta voz excitada, de tanto entusiasmo, chegou, célere, a uma conclusão: as multidões estavam ali porque o admiravam, porque o desejavam, porque o haviam já por vencedor, porque tinham chegado à conclusão de que apenas com ele o país ficará melhor, mais seguro, mais solidário, mais rico, mais redistribuidor. O candidato convenceu-se definitivamente de que as multidões iriam votar em massa nele e no seu partido. Votaram, sim, mas não em massa. A profecia não se realizou a contento. E tal como nas eleições anteriores, Dhlakama afirmou e afirma que apenas a  fraude da Frelimo impediu que ganhasse. Ontem como hoje, deixou a mensagem implícita de que em Moçambique apenas ele está apto a ganhar eleições presidenciais.

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