*O que significam acordo, Estado e paz no Moçambique pré-Outubro, quer dizer, antes das eleições gerais marcadas para esse mês?
*Em 1919, numa conferência, o sociólogo alemão Max Weber disse o seguinte: "O Estado é uma comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo da força física dentro de um determinado território".
*"Os nossos homens têm armas em todo o país", disse Rahil Khan, acrescentando que o Acordo Geral de Paz (AGP), assinado pela Renamo e o Governo em 1992, permite aos antigos guerrilheiros manterem o armamento.
Quarto número da série. Passo à terceira nota sobre o futuro Acordo de Maputo. Qual o tema da nota? O tema é o aguilhão. Num dos seus livros, Elias Canneti escreveu o seguinte: "Toda a ordem é composta de uma impulso e de um aguilhão. O impulso constrange quem a recebe a executá-la em conformidade. O aguilhão resta no fundo daquele que executa a ordem. [...] Não há realidade física mais imutável. [...] Anos inteiros podem passar, mesmo dezenas de anos, antes que esta parte absorvida e armazenada da ordem, a sua imagem exacta em miniatura, reapareça". O que se passa em Moçambique desde o ano passado é, para aproveitar e ampliar a imagem de Canneti, o eco do aguilhão da guerra de 1976/1992. Com dois registos cruzando-se e preenchendo-se permanentemente: o das armas e o das palavras armadas. Como se, no país, fôssemos confrontados com dois Estados inimigos e respectivos exércitos, tal como esta notícia implicitamente mostra aqui. Porém, são cada mais numerosos os sinais de que o fumo branco (imagem do agrado de certos círculos jornalísticos) está prestes a sair. O que significa isso?
*Em 1919, numa conferência, o sociólogo alemão Max Weber disse o seguinte: "O Estado é uma comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo da força física dentro de um determinado território".
*"Os nossos homens têm armas em todo o país", disse Rahil Khan, acrescentando que o Acordo Geral de Paz (AGP), assinado pela Renamo e o Governo em 1992, permite aos antigos guerrilheiros manterem o armamento.
Quarto número da série. Passo à terceira nota sobre o futuro Acordo de Maputo. Qual o tema da nota? O tema é o aguilhão. Num dos seus livros, Elias Canneti escreveu o seguinte: "Toda a ordem é composta de uma impulso e de um aguilhão. O impulso constrange quem a recebe a executá-la em conformidade. O aguilhão resta no fundo daquele que executa a ordem. [...] Não há realidade física mais imutável. [...] Anos inteiros podem passar, mesmo dezenas de anos, antes que esta parte absorvida e armazenada da ordem, a sua imagem exacta em miniatura, reapareça". O que se passa em Moçambique desde o ano passado é, para aproveitar e ampliar a imagem de Canneti, o eco do aguilhão da guerra de 1976/1992. Com dois registos cruzando-se e preenchendo-se permanentemente: o das armas e o das palavras armadas. Como se, no país, fôssemos confrontados com dois Estados inimigos e respectivos exércitos, tal como esta notícia implicitamente mostra aqui. Porém, são cada mais numerosos os sinais de que o fumo branco (imagem do agrado de certos círculos jornalísticos) está prestes a sair. O que significa isso?
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