Outros elos pessoais

03 maio 2014

Renamização

Segundo o "@Verdade" na sua página do Facebook de hoje, depois da conferência de imprensa da Renamo ontem, homens armados atacaram uma coluna de veículos civis que saiu de Muxúnguè para o Save, província de Sofala, escoltada por forças governamentais. Aqui.
Adenda: recorde aqui.
Adenda 2: recorde este meu texto intitulado Quatro cenários pós-Santungira e o problema da soma não-zero, aqui e aqui.
Adenda 3 às 18:36: aguardo saber se mais alguma fonte de informação nacional dá conta do ataque referido pelo "@Verdade".
Adenda 4 às 19:32A luta entre a Frelimo e a Renamo aparece invariavelmente, à superfície, transcrita num registo de mera luta entre partidos, entre processos eleitorais, entre gestões de democracia, entre meros processos de etiquetagem. Uns aparecem como bons, outros como vilões. A epistemologia do dia-a-dia opta pela casca da laranja. Mas deixemos a casca da laranja e peguemos nos gomos. O que dizem os gomos? Dizem que a luta é completa, sem mercê, entre estabelecidos e pretendentes ao estabelecimento, entre quem possui o Estado e quem a isso almeja, entre quem monopoliza as fontes e os recursos de poder e quem deles se sente despojado.
Adenda 5 às 20:00: segundo a a estação televisiva STV, no seu noticiário das 20 horas, em trabalho do jornalista Francisco Raiva, citando um porta-voz da polícia, Daniel Macuácua, o ataque esta manhã de "homens supostamente pertencentes à Renamo" a um autocarro provocou cinco feridos, dois homens, duas mulheres e uma criança. O porta-voz disse que a Renamo está a reagrupar-se na província de Sofala. Enquanto isso, o ministro do Turismo, Carvalho Muária, falando para empresários na Beira, pediu à Renamo que deponha as armas e contribua para o desenvolvimento.
Adenda 6 às 20:10: as estações televisivas TVM e TIM confirmaram o ataque, atribuído à renamo, na TIM um cidadão anónimo referiu mortos. Dois analistas, um em cada estação, intervieram para falar dos bons e dos maus do problema.
Adenda 7 às 20:16: enquanto isso, os blogues do copia/cola/mexerica parasitam jornais digitais e blogues de autores anónimos sensacionalistas, multiplicando-se no habitual diz-que-diz acrítico.
Adenda 8 às 20:49: abundam, também, os fala-barato presunçosos de certas redes sociais digitais.
Adenda 9 às 05:54 de 04/05/2014: recorde um texto meu intitulado Duopólio político e equilíbrio à Nash (sobre as exigências da Renamo), aqui.

2 comentários:

  1. Ao menos aqui pode-se ler algo diferente da mediocridade habitual.

    ResponderEliminar
  2. Estabelecendo um paralelismo com a nossa agricultura, é penoso notar que as estratégias de governação e a produção de idéias dos governantes é uma produção de subsistência. Em regime de sequeiro!
    Ora, Senhoras e Senhores, depois de Dlakhama ter aprendido a vida toda que para se defender das feras selvagens que Deus criou vorazes mas irracionais lhe bastava uma cabana enquanto para se refugiar do Governo e lograr continuar vivo não deve declarar endereço , acham mesmo que o homem ia apanhar um chapa para Maputo apenas porque no centro JC as delegações já lancham na mesma sala o dinheiro do contribuinte?
    Não sei se é apenas instinto de sobrevivência mas surpreende mais a lucidez de Dlakhama neste processo do que a dos seus opositores.
    PS: A produção de subsistência a nível de idéias é extensiva a 80% dos analistas políticos que vão arrotando nos meios de comunicação .( para o governo, quando chove em Breton Woods, haverá colheita.)

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.