Outros elos pessoais

21 janeiro 2014

A cova não está em Muxúnguè (28)

Vigésimo oitavo número da série, tendo como guia a Paz de Aristófanes, referida nesta série aqui e aqui, com base neste sumário. Prossigo no segundo número: 2. Um pouco da história das géneses, terminando o primeiro fenómeno dos quatro propostos aqui. 2.1. O peso da novidade política. Escrevi no número anterior que a nova velocidade da história, em toda a sua múltipla variedade e tensão, entrou em colisão com dois tipos complexos de vida: o colonial e o local, dois modos de vida muitas vezes imbricados, como observei no número anterior. Não se tratava de prosseguir acomodando - acrescentei -, mas de prosseguir mudando. Tratava-se de todo um protocolo que permeava a construção do que se chamou, então, "homem novo". Esse protocolo pôs em causa a vida tradicional nas cidades, nas vilas e no campo. Se uns aderiram ao protocolo, outros interrogaram-se inquietos e outros, ainda, recusaram-no. O país encheu-se de comícios, de discursos, de fórmulas políticas urgentes, de vozes de comando, de tons imperativos, de busca de inimigos nacionais e internacionais. Tudo parecia uma vertigem. Com a vossa permissão, prossigo mais tarde.
(continua)

2 comentários:

  1. Vieram as nacionalizações da propriedade privada em nome da sua origem exploradora;Em menos de uma geração chegou a fórmula das alienações do bem público para que se iniciasse a formação de novos ricos;Como afinal o bem publico alienável não é elástico e se resume à produção infraestrutural da era colonial, o aparecimento do que, até em discursos oficiais já se conhece como classe média ou classe alta, trouxe consigo a multiplicação da miséria à taxa do crescimento populacional.
    Cada fórmula com inimigos bem identificados, os que se defendem dizendo que não é proibido ser rico são aqueles que nos mandavam sermos iguais na riqueza e na pobreza, na doença e na saúde. São os produtores da asfixia social de hoje.
    PS: Pergunta:Porque é que nuns casos dizemos "a tradição do povo Y" e noutras dizemos "a civilização X"? Qual é a diferença entre costumes/tradição e civilização de um povo?

    ResponderEliminar
  2. Quantas coisas na nossa história ainda não foram escritas? Aguardo a continuidade da série.

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.