Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
04 janeiro 2013
Três racionalidades (ainda sobre o avião de Moatize) (1)
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Um tema atractivo.
ResponderEliminarNão restam dúvidas que quando a bitola é ocidental a história do avião de Moatize é risível e nem se percebe porque é notícia. Talvez tenha chegado aos jornais não porque anedótica mas porque no núcleo, lá bem no cerne de nós, a crença, a possibilidade desses aviões existe e, em silêncio, se digladia constantemente com o visualizável, tangível e demonstrável verniz cartesiano da nossa Escola; com o cientificamente correcto.
ResponderEliminarPreocupamo-nos com o risco de desculturização que o carvão já semeia nos reassentamentos mineiros.
Mas, se o nosso ordenamento jurídico não incorpora elementos de carácter cultural - daí que o avião de Moatize, cujo despenhamento todas as pessoas implicitamente reconhecem, legalmente não exista - será de esperar que uma licença mineira respeite a minha necessidade fundamental de manter um IP espiritual? Sob que valores? Sobre que crenças? Ante que mandamento?
No estágio em que nos encontramos estamos culturalmente colonizados. De uma forma tão profunda que nos recusamos até a perguntar-nos por que razão um ser racional ou vários (ser iletrado não significa não raciocinar) associa uma peneira de caniço ou bambu a um objecto voador.
Temos um Ministério da Cultura que em lugar de estudar e investigar os multifacetados aspectos culturais do mosaico nacional, não se cansa de organizar cremesses e batucadas convencido que está a promover a cultura.
Cultura, penso, é todo este manancial do dia a dia e do intangível que nos Revela quem somos... e nos protege.
Porque não ousamos explicar com régua e esquadro as aparições de Fátima, Lourdes?
Alguém acha mesmo que Deus fustigaria com a sua ira o servo que alimentou o seu corpo com carne de porco?
Ou será que a África Negra precisa da sua 'shariazinha' para que enfim se possam abordar juridicamente os espaços aéreos culturais e haja mais segurança em navegação e em terra?
Eu aprendo com o povo: " No creo en brujas, pero que las hay, las hay."
No meu comentário acima onde se lê 'cremesse' deve ler-se 'quermesse'.
ResponderEliminaragradecido