Corpo-poder: conhecimento estatístico laboral, visando conhecer a mão-de-obra disponível para as Companhias, para as minas sul-africanas (e, mais tarde, para as da Rodésia do Sul), durante algum tempo para as roças de S.Tomé e, por fim, para os próprios trabalhos do Estado colonial. Estado e Companhias sistematizam as disciplinas corporais e laborais;
Bio-poder: conhecimento estatístico dos movimentos "biológicos" das populações (fluxos populacionais, mortalidade, casamentos, nível de saúde, duração da vida, etc ). Este tipo de poder desenvolve-se especialmente a partir dos anos 30;
Psico-poder: conhecimento e sistematização dos aparelhos e práticas culturais rurais visando a administração da justiça, a formação de cidadãos obedientes e tribalizados, o fornecimento de noções básicas de português, história de Portugal, aritmética, etc., em especial para funcionários negros subalternos. As escolas estatais e missionárias numa primeira fase, as missionárias numa segunda (sobretudo a partir dos anos 40) têm a seu cargo as tarefas fundamentais deste tipo de poder, que as segundas conjugam com o estudo, a gramaticalização e a escrita das línguas locais.
Prossigo mais tarde.
Se calhar podíamos aplicar esta análise aos tempos de hoje.
ResponderEliminarJá aqui dissemos, não vamos esquecer o tempo que passou. E...que passa.
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