5. A consciência em si. A psicologização e a individuação que abordei no número anterior estão intimamente ligadas a uma concepção da vida, a de que é a consciência individual que determina o processo da vida e não o processo da vida que determina a consciência individual. Consciência individual e não social, diga-se, ser individual e não ser social. A consciência é havida não só como individual quanto como autónoma, vivendo dela mesmo. A consequência é a crença de que basta mudar a consciência para mudar a vida, basta substituí-la para mudar as relações sociais. Não surpreende, assim, que haja quem sustente que a pobreza e a riqueza têm a ver não com os determinismos sociais e com um determinado tipo de relações sociais de produção e distribuição, mas com a consciência (outros dizem "espírito") ela-própria, decidida ou preguiçosa, bastando ter força de vontade para - por exemplo - chegar à riqueza material.
Permitam-me prosseguir no próximo número.
Ora aqui está, com força de vontade nem de bancos nem de céu se precisa.
ResponderEliminarNem de curandeiros...
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