Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
03 junho 2011
Sobre ritos de iniciação feminina à maturidade em Moçambique (2)
5 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Ora aqui está mais um tema "mais". Aguardo.
ResponderEliminarAqui tambem há cerimónias e ninguém diz que é para ter relações.
ResponderEliminarComo se nossos pais obrigassem as filhas a aprender a ter relações...
ResponderEliminarOs ritos de passagem e/ou de iniciação são uma prática comum em todas as sociedades e marcam os momentos mais importantes na vida dos seus membros. O baptismo, o casamento e as cerimónias fúnebres são alguns exemplos de tais rituais. Estas cerimónias representam uma transição particular para o indivíduo, assim como a sua aceitação e participação como membro activo da sociedade à qual está inserido.
ResponderEliminarEu vivo actualmente na Dinamarca e cá, após o nascimento de um bebé celebra-se o Baptismo. Neste ritual o padrinho do Baptismo do bebé manifesta o desejo do bebé de ser batizado segundo o ritual cristão e protestante da Igreja dinamarquesa. Quando este "bebé" atinge os cerca de 14 anos de idade ou frequenta a oitava classe e ja se sente "maduro" bastante para pessoalmente manifestar a sua vontade, passa por mais um ritual, a confirmação de fé, no qual o jovem vem reafirmar a desejo manifestado pelo padrinho aquando do baptismo.
Também viví e estudei em Portugal e lá, quando um novo estudante ingressa no primeiro ano do curso universitário, passa por um ritual particular chamado de “praxe académica”. É um ritual de iniciação a vida académica em que os "caloiros" (também chamados de bichos ou animais) são sujeitos à uma série práticas que podem implicar algumas agressões físicas, bebedeiras forçadas ou outras de mau gosto. Estas práticas tem em vista a "morte" do caloiro enquanto bicho ou animal para poder renascer como doutor na noite da Serenata quando o seu padrinho traçar a capa do traje académico.
Nas cidades do Brasil, quando um jovem completa os 15 anos sai, sai pela primeira vez, na companhia dos amigos para celebrar este acontecimento e isso pode implicar bebedeiras exageradas, o seu primeiro beijo e/ou a primeira experiência sexual. Nos EUA celebra-se com muita estravagância os "sweet sixteen".
Na província nortenha do Niassa em Moçambique, um jovem Yao, ao atingir a purberdade é submetido ao rito de iniciação chamado unyago.O unyago é um ritual que marca a transição de criança para adulto na cultura Yao que pode ser na forma de Lupanda ou Jando e Nsondo . Jando é a cerimónia de iniciação masculina e Nsondo, femenina.
Todos estes rituais marcam fases novas na vida dos participantes, quer seja de adulto, de doutor ou apenas de nova pessoa na comunidade a que está inserido. Nas chamadas sociedades tradicionais, como as sociedades do campo em Moçambique, estes rituais são celebrados com especial atenção de modo a marcar a memória e a vida dos jovens candidatos.
Serão os rituais ocidentais melhores que os rituais africanos? será o Baptismo na Espanha melhor que o Jando em Lipende?
Nasci e viví em Lichinga até aos meus 18 anos e em 2007 voltei ao Niassa para estudar o "Unyago". Tenho informações que também gostaria de partilhar convosco e hei-de enviar ao Professor.
A. Katawala
Obrigado a todos, obrigado em especial ao Katawala, aguardo as informações. Deverei seguir uma linha analítica muito próxima da sua na continuidade.
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