Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
27 junho 2011
Mudar sem mudar (9)
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
http://www.brasilescola.com/educacao/sistema-cotas-racial.htm
ResponderEliminarProfessor, permita-me sugerir-lhe:
ResponderEliminarhttp://www.zwelangola.com/activismo/index-lr.php?id=6259
por Sambo, o Negro Consciente
ResponderEliminarNão tenho a certeza de ter compreendido a posição do bloguista: concorda com esse sistema de cotas ou não? Inclino-me a pensar que não concorda, mas não tenho a certeza.
A minha opinião é que o sistema de cotas é o mecanismo que se encontrou para abordar a questão da ausência de negros em muitos aspectos de relevo da vida brasileira. Tenho acompanhado discussões sobre o assunto e sempre me fica a impressão que os que atacam as cotas na verdade pretendem a manutenção do status quo (e são, na maioria dos casos, brancos ou mestiços com mais auto-identificação com os brancos).
Os negros brasileiros, sobretudo grupos intelectuais, estão na origem das propostas feitas ao governo no sentido do estabelecimento do sistema de cotas para ajudar a integração efectiva destes nas Universidades e nos postos de trabalho melhor remunerados. Estes intelectuais certamente que estudaram o assunto sendo evidente que se inspiraram num sistema semelhante implementado nos EUA décadas atrás e que foi um dos mecanismos que ajudou, entre outras coisas, a consolidar o crescimento de uma classe profissional e académica negra nos EUA. Espera-se, portanto, que o sistema de cotas no Brasil surta efeitos semelhantes.
Só duas questões àqueles que se opõem ao sistema de cotas: se não concordam com este sistema, e reconhecem que os negros brasileiros são efectivamente discriminados, o que sugerem como alternativa para abordar EFECTIVAMENTE o problema? E se acham que não há problema de discriminação (= o Brasil é uma "democracia racial") então como explicam as disparidades sociais que esta sociedade apresenta (talvez os negros sejam mesmo inferiores ou então estão "contentes" no lugar que ocupam na sociedade)?
Gostava de estabelecer um paralelismo entre as várias situações de populações negras pelo mundo afora que, ou foram colonizadas ou foram discriminadas por grupos humanos de origem europeia. Em quase todos os casos onde houve uma mudança do status quo de discriminação racial tal resultou de ACÇÕES ENÉRGICAS para se superar a situação anterior. O último exemplo que conhecemos foi a agitação social violenta dos anos 60, 70 e 80 que desaguou no desmantelamento do sistema de Apartheid da África do Sul. No caso das antigas colónias portuguesas e da Rodésia do Sul houve inclusive uma acção armada da parte dos segregados.
Em face destes exemplos não me parece justo exigir que os negros brasileiros e os brancos que os querem ajudar (nos quais de inclui o actual governo brasileiro) fiquem de braços cruzados ao invés de fazer alguma coisa para mudar a situação. No fundo eles não desejam fazer revolução alguma, muito menos violenta. Só querem que os direitos de todos os cidadão sejam respeitados no quadro da presente estrutura social!
P.S.:
Os mecanismos sociais, como os que dão azo ao racismo e discriminação racial, não desaparecem por si mesmo, sem nenhuma acção humana consciente e deliberada.
Veja os links seguinte para reflexão:
http://efigenias.org/2010/10/01/mulher-negra/
http://www.amde.ufop.br/arquivos/educacao_para_diversidade/Curso/relacoesetnicas/RelacoesRaciais.pdf
http://www.aomestre.com.br/ent/e_kabengele.htm