Outros elos pessoais

05 maio 2011

Os conhecidos que se desconhecem (11)

Escrevi no número inaugural desta série que a vida é uma antífrase bem mais real do que pensamos, é um casamento permanente entre o Mesmo e o Outro bem mais forte do que supomos. Tomando a internet como referencial geral e as redes sociais como vasos capilares de um novo conceito do social em particular, o argumento nesta série consiste em mostrar que somos capazes de nos unir em torno de um ideal no preciso momento em que, conhecendo-nos, nos desconhecemos.
Escrevi anteriormente que era possível aprofundar o impacto das estradas e das praças virtuais explorando analiticamente quatro temas: (1) generalização do confessionalismo (do tipo cristão) público, (2) multiplicação do brejeirismo, (3) irradiação capitalista ilimitada das ADM (Armas de Distração Maciça) e (4)  mobilização, propaganda e clintelismo políticos.
O término simultâneo do último ponto e desta série. Hoje, um protesto, uma manifestação, um revolução até, pode começar seja num telemóvel, seja, via internet, num blogue ou numa rede social. Mas não só. A propaganda política também aí encontra eco, chefes de Estado colocam funcionários a criar blogues e a tratar da sua imagem no Facebook, ditadores surgem com ar saudável e comunicativo, grupos terroristas fazem-se ouvir, campanhas eleitorais tomam curso. Hoje os caminhos políticos são digitais, progressistas ou conservadores, pela mundança ou pela situação presente. Basta, afinal - invertendo o título da série - desconhecermo-nos para nos conhecermos e mobilizarmos na febricidade de um teclado de computador ou de celular.
Crédito da imagem aqui).
(fim)

1 comentário:

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.