Mais um pouco desta longa série.
Durante alguns meses procurei mostar aqui quais as razões por que fracassou a resistência anticolonial. Em última análise, a ocupação militar do nosso país foi levada a cabo por nós próprios, pelos nossos próprios antepassados. Devido a quê? Por um lado, devido às carências e às contradições de vária índole que mostrei, por outro devido à intervenção massiva de cipaios locais e angolanos. Portanto, como já escrevi, não foi a força do colonizador que fez a nossa fraqueza, foi antes a nossa fraqueza que fez a força daquele.
Entretanto, escrevi no número 14 desta série que no fim do século XIX começou um período de transição. Esse período de transição foi marcado por dois acontecimentos coexistentes: 1. Ocupação militar, em percurso que iria durar até cerca de 1917; 2. Primórdios da economia de plantação. Falta, então, tratar do segundo ponto. Mas - acrescentei - antes de tratar desse segundo ponto era indispensável fazer uma breve excursão por uma consequência da escravatura e das lutas de ocupação.
Creio não existir ainda no país uma pesquisa sobre o impacto global da escravatura, sobre a razia permanente nas aldeias, sobre a caça a homens, mulheres e crianças durante séculos. Creio igualmente não existir um estudo sobre o impacto da ocupação militar. E, já agora, sobre o impacto da primeira guerra mundial, especialmente sobre as consequências da invasão alemã estendendo-se até à Zambézia (guerra do mulimão, como se diz nesta província).
Prossigo mais tarde.
Durante alguns meses procurei mostar aqui quais as razões por que fracassou a resistência anticolonial. Em última análise, a ocupação militar do nosso país foi levada a cabo por nós próprios, pelos nossos próprios antepassados. Devido a quê? Por um lado, devido às carências e às contradições de vária índole que mostrei, por outro devido à intervenção massiva de cipaios locais e angolanos. Portanto, como já escrevi, não foi a força do colonizador que fez a nossa fraqueza, foi antes a nossa fraqueza que fez a força daquele.
Entretanto, escrevi no número 14 desta série que no fim do século XIX começou um período de transição. Esse período de transição foi marcado por dois acontecimentos coexistentes: 1. Ocupação militar, em percurso que iria durar até cerca de 1917; 2. Primórdios da economia de plantação. Falta, então, tratar do segundo ponto. Mas - acrescentei - antes de tratar desse segundo ponto era indispensável fazer uma breve excursão por uma consequência da escravatura e das lutas de ocupação.
Creio não existir ainda no país uma pesquisa sobre o impacto global da escravatura, sobre a razia permanente nas aldeias, sobre a caça a homens, mulheres e crianças durante séculos. Creio igualmente não existir um estudo sobre o impacto da ocupação militar. E, já agora, sobre o impacto da primeira guerra mundial, especialmente sobre as consequências da invasão alemã estendendo-se até à Zambézia (guerra do mulimão, como se diz nesta província).
Prossigo mais tarde.
(continua)
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