Sem ressaibos, em generosos seminários, em missionários projectos, em fulgurantes comunicados, pregamos a necessidade de os Moçambicanos trabalharem para que haja desenvolvimento, pregamos o aumento da produção e da produtividade, pregamos o diálogo social, pregamos - enfim - o solene e definitivo respeito pelas desigualdades sociais no preciso momento em que asseguramos que somos todos Moçambicanos. Fazemos o que os colonos já faziam: acreditar na e teorizar a preguiça colonizada. Desprezamos por completo saber quanto precisam os corpos e as mentes dos trabalhadores humildes para sobreviver diariamente. O que nos importa é a saúde do Capital internacional e nacional, a saúde do investimento, mesmo que a regra sensata seja a de pensar que o barato é caro. Então a lógica surge: se for possível manter os modos pré-capitalistas de produção, se for possível manter o xitique da vida, se for possível manter o informal, se for possível assegurar a corrupção elementar, então as coisas singram à mistura com um mínimo de empregos salarialmente mais caros e com múltiplos esquemas de alto coturno que não constam das estatísticas oficiais.
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