Escrevi no número anterior da série que este seria o último número, mas, afinal, assim não vai acontecer, ele vai ser o penúltimo.
Durante algumas semanas, procurei mostrar-vos aqui algumas das formas correntes de analisar e descrever a sociedade. Se nos situarmos confortavelmente em nosso sofá de eruditos, desdenhosos do pensar-de-rés-do-chão, diremos que estamos confrontados com formas erradas de analisar e de descrever. E como ao papel de eruditos amamos juntar o papel de reformadores, entendemos que preleções morais sobre o bom pensamento podem, de per si, levar as pessoas a pensar inteligentemente.
Ora, as formas de analisar e de descrever a sociedade que aqui passaram não são formas erradas, mas formas socialmente úteis de conduta. Produzir a crença é a função primeira do pensamento*.
(continua)
* Peirce, Charles, Textes anticartésiens. Paris: Aubier, 1984, p. 291.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.