Prossigo esta curta série com o segundo momento analítico:
2. A barbárie e a melhoria do discurso governamental: as cidades de Maputo e Matola viveram momentos de pesadelo. Por quê? Porque, escreveu o jornalista Victor Machirica, entraram em acção "os vândalos, aqueles jovens desempregados, na sua maioria de conduta duvidosa que se aproveitaram da problemática da subida dos preços dos produtos e serviços básicos, para cometerem a mais alta barbárie de que há memória." Face a semelhante quadro dantesco, a polícia fez o que tinha a fazer: reprimir. E como fez? Recorreu a balas verdadeiras por não dispor de "meios alternativos e paliativos". A barbárie não faz sentido. Por quê? Porque "o que está a acontecer em Moçambique resulta de factores alheios e independentes à vontade moçambicana." A polícia devia ter sido mais completa, atenta aos sms convocadores de manifestação. O que fazer agora? O Victor Machirica a responder: "O meu apelo seria que se parasse por esta confusão e que o Governo procure melhorar o seu discurso nas aparições públicas que faz. As mensagens que estão a ser transmitidas continuam sem dar garantias de um dia as coisas virem a melhorar."
(continua)
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