Outros elos pessoais

21 setembro 2010

Causas e características das manifestações em Maputo e Matola (13)

"Do rio que tudo arrasta se diz violento, porém ninguém diz violentas as margens que o comprimem" (Bertolt Brecht).
Mais um pouco desta série, na qual, lá mais para a frente, escreverei sobre crise e sua concepção tradicional.
Escrevi anteriormente que havia cinco coisas sobre as quais iria debruçar-me um pouco, designadamente: 1. Atracção pela moralização; 2. Protocolos correntes de leitura e análise na imprensa; 3. Características da revolta; 4. Possíveis causas; 5. Questões em aberto. No segundo ponto propus quatro protocolos que foram correntes na imprensa no concernente à leitura e à análise das manifestações. Tendo já escrito sobre os três primeiros (produção de estigma, produção de causalidade externa e produção de pacifismo), avanço para o quarto.
2.4. Produção sistemática da teoria conspiracional, da teoria da mão externa. Então, sendo os Moçambicanos pacíficos por natureza, falta explicar, como observei no número anterior,  por que certos Moçambicanos ficam de repente nervosos e violentos, por que saem do seu natural e se tornam socialmente indesejáveis. A razão - defendem certos círculos, tal como defenderam para a revolta de 5 de Fevereiro de 2008 - está na conspiração, na mão externa. É a conspiração exercida por uma pérfida mão externa que introduz o protesto e a violência execrável na alma naturalmente pacífica dos Moçambicanos. Em meio às teorias criadas, quatro foram visíveis: a teoria da Renamo, a teoria de uma ala da Frelimo, a teoria dos desmobilizados de guerra e a teoria do celular. Teorias a ter em conta no próximo número (foto reproduzida daqui).
(continua)

1 comentário:

  1. Homem, tal como qualquer outro animal, tem duas partes, uma parte racional e outra irracional. A diferenca com o homem tem com outros animais e da sua componente racional ser maior do que a irracional. Mas, quando a aportunidade, a ocasiao, surgem, quando a brecha e as alas se abram, rompe-se a parte racional e fica a parte irracional dos neuronios a comandar io corpo humano. E aquilo que se ve numa festa, o modo de vestir diferente, comer anormal, e beber e fazer coisa que nao se faz em dia normal. Para algumas pessoas participar na mafestacao e fazer coisa qyue nao fazem normalmente era apenas uma festa assegurada pela oportunidade. Independentemente das coisas disso. Senao com que semiotica posso ler a alegria das pessoas nesta imagem?

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