Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
15 agosto 2010
Incineração da história no Brasil
4 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
"Uma comissão de sábios." Só isto já me deixa indignado.
ResponderEliminarEstas comissões possuem sempre um timbre político, são os cirurgiões da censura. O seu papel é destruir factos, documentos que ligam o poder ao crime.
Não é só caso apenas do Brasil e de Moçambique, Portugal, EUA, também destruiram muitos documentos da sua história. E a roleta contínua.
A sua "nota" caro professor mereceu minha atenção. Falei disso com o professor Helder Adegar Fonseca. Ele abordou o caso de Angola, lamentou a destruição do espólio nacional.
Para o professor JHS "a História sem acontecimentos é como um rosário sem contas." De facto apagar estes acontecimentos (documentos) é impedir os historiadores e demais cientistas sociais de se chegar a verdade relativa.
Mas eu tenho uma apreciação diferente, sem discordar do prof. JHS. Penso que ninguém consegue apagar a História. Ninguém.
A nossa representação, neste palco da vida, deixa marcas indelével. Os historiadores, arqueólogos que tem como missão farejar o passado acabarão por reconstituir os factos históricos talvez de forma mais verdadeira do que estariam documentados no papel.
Zicomo
Pegando 'carona' no comentário de V.Dias, de fato todo esse esforço em produzir uma amnésia histórica seletiva (já que nem tudo é incinerado) tem, sim, tudo a ver com a relação entre crimes, injustiças e poder. Muita coisa dos tempos da ditadura (1964-85) já virou cinzas.
ResponderEliminarA história oficial é aquela escrita pelos vencedores, que selecionam os fatos que lhes interessam. Ainda espero ler algo sobre a Guerra do Paraguai e sobre as insurreições do período da chamada Regência (meados do século 19, no Brasil), escrito pelos vencidos.
Paulo; Brasil
Nos nao vamos queimar nada,
ResponderEliminarVamos mudar tudo,
E depois os historiadores e estudantes vao poder avaliar se a Mudanca foi positiva ou nao.
Mudanca com M maiusculo, como Mocambique com M maiusculo tambem.
Quando me lembro que a primeira Alfandega de Mocambique, na Ilha com o mesmo nome, tinha no seu boje preciosos manuscritos seculares, que desapareceram em cinzas na combustao de um fogareiro do guarda que fora la colocado para vigiar o espolio, tudo porque se esqueceram dele durante anos, vem-me agora um sorriso amarelo.
ResponderEliminarCinco seculos de historia ardidos por incuria.
Ja diria alguem, sao mais temiveis e impenetraveis as pilhas de papel na mesa de um burocrata, do que toda a Muralha da China...