O penúltimo número da série.
Deixei no número anterior duas perguntas, a saber: 1. Teria sido possível pesquisar mais profundamente?; 2. Do ponto de vista científico, o saber simbólico do tipo analógico deve ser excluído?
Deixei no número anterior duas perguntas, a saber: 1. Teria sido possível pesquisar mais profundamente?; 2. Do ponto de vista científico, o saber simbólico do tipo analógico deve ser excluído?
Em relação à segunda pergunta: absolutamente não. Nem seria possível. O saber simbólico, em suas diversas manifestações no interior de relações sociais concretas, é, ao mesmo tempo, uma crença, um diagnóstico e uma terapia. Crer em espíritos não é diferente de crer em deuses. Os seus postulados não são verificáveis experimentalmente, mas a fé dispensa provas físicas. O acaso e o fortuito não existem nessa fé: tudo tem uma explicação e essa explicação parte da crença de que entidades poderosas, vivas ainda que invisíveis, em simultâneo iguais e superiores aos seres humanos, governam os nossos actos e os nossos desejos. Andemos, portanto, com as duas pernas - a do saber científico e a do saber simbólico -, sempre ficamos melhor protegidos, melhor blindados contra as intempéries da dúvida e do desespero. Uma fórmula híbrida provocadora: criemos com o saber científico e acreditemos com o saber simbólico.
(continua)
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