Escrevi no número anterior que os cientistas se constituíram em grupos separados por fronteiras disciplinares, mas todos comungando na profissão de um saber afastado do saber comum das comunidades e operando em estabelecimentos especiais.
Esse saber especial exercita-se nas salas de aula, nos seminários, nos congressos e nos livros.
Mas é necessário passar por ritos iniciáticos. O cientista atinge o patamar da sabedoria universitária formal através do grau de Doutor (o famoso PhD dos cartões de visita). A toga cardinalícia é o selo das ascenção à maturidade.
Lamentavelmente, este Blog nao oferece estas condicoes de graus de sabedoria formal,
ResponderEliminarEstou pendurado,
Nem um cartao visita bonito, nao posso ter,
Destino,
Fazer o que ?
Professor, faça-nos pf a distinção entre Cientista e Investigador /Pesquisador.
ResponderEliminarEntram-nos diariamente pela casa dentro, através das televisões: distintos jóvens Comentadores e outros recem-licenciados, pomposamente tratados (e gostam de o ser) por Cientistas sociais, cientistas políticos, cientistas económicos, cientístas económicos; cientistas, cientisras, cientistas: uma fartura!
Tenho para mim que cientista é aquele que não se limita a saber aplicar os conhecimentos dos outros, a que teve acesso com mais ou menos estudo; um "tambor" dos conhecimentos que as Faculdades, facultam, mas sim, aquele que investigando, segundo metodologia científica disponível, nos trás /produz novo conhecimento.
Uma coisa é utilizar ferramenta científicas para investigar/ pesquisar, para apenas chegar à conclusão de que há mais e mais interrogações; outra, bem diferente, é chegar a novas conclusões, demonstrando-as.
Com a correria: licenciatura, mestrado e PhD sem trabalho de investigação sério, sem nada de novo, senão concluir o que outros já haviam concluido, com teses apovadas com distinção, chega-se, não raras vezes à Toga Cardinalícia como meros utilizadores do conhecimento científico: "com bons conhecimentos na óptica do utilizador".