Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
02 abril 2010
Fractura social (5)
5 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Prezado professor; não é muito diferente do Brasil, país onde resido e que você já visitou por algumas vezes. Ademais, essas fraturas sociais têm tudo para aumentar nos próximos anos, em consequência da 'outra crise', a social, já que a econômico-financeira tem recebido prioridade dos Governos.
ResponderEliminarPaulo - Brasil
As fracturas sociais agora, são maiores que no tempo colonial.
ResponderEliminarProfessor...
ResponderEliminarPenso que em Maputo, mas também na Beira, Lichinga e outras urbes importantes do país, atingimos deadlock (impasse?).
Se por um lado, a urbanidade moderna constrói e amplia-se na zona centro e baixa da cidade. Na periferia, a urbanidade rural tenta sobreviver como pode.
Nas suas séries "Roubo do Desenvolvimento" há testemunhos interessantes. Mas pensemos apenas num problema bastante simples.
O sistema de drenagem de águas pluviais.
Ambas urbanidades necessitam dele. Mas há aqui uma evidência. Esta urbanidade moderna nasce de um processo de acumulação de riqueza que implica no aumento do efectivo da urbanidade rural, com a erosão de empregos, aumento de impostos e outras formas de absorção de riqueza. Por seu turno, a urbanidade rural, sem o sistema de drenagem, também é penalizada, porque perde a pequena acumulação amealhada. Mas é esta mesma urbanidade rural, que entope a drenagem, ou até, rouba as tampas metálicas da tubagem municipal, para transformá-las em instrumentos de produção de riqueza.
Em suma, um ciclo vicioso de muito trabalho, que é objectivamente,para a persistência na pobreza.
Portanto, o caminho só pode ser um. Estimular a saída das cidades. E aquí, o Governo é que deve assumir as rédeas do assunto, porque essa é que é a sua responsabilidade.
Admito que os pólos de desenvolvimento são, no plano teórico, uma abordagem correcta. Mas serão inócuos se aos mesmos não for prevista a rede logística que permita a sua interligação. Só que para isso, é preciso que aprender bem com quem sabe. Como por exemplo, a Alemanha.
Sem esta rede, ninguém se sentirá compelido a descomprimir as urbes. Antes pelo contrário.
Dir-me-ão que isso já está pensado. Concerteza, mas o problema é como fazer...
E quanto a mim, o Governo tem três saídas possíveis, com resultados diferentes:
1. Modelo actual, com finaciamentos mistos (doações + fundos próprios);
2. Crédito Internacional, segundo modelo Cahora Bassa;
3. Subcontratação de serviços de gestão de estradas, pontes e linhas férreas.
Na minha opinião, acho que a opção 2 e parcialmente a 3 seriam as melhores escolhas. A opção 1, é ilusória, porque não cria nada e mantém a dependência.
E muito mais haveria por dizer...
Uma situação que os encontros mensais dos chefes de Estados e de Governos não conseguem resolver. Os conselhos de ministros também não. É o mundo, onde a regra número um é humilhar o mais fraco.
ResponderEliminarZicomo
Professor...
ResponderEliminarCombustiveis em Mocambique, por quem os sinos dobram?
http://www.averdadeonline.com/destaques/economia/70-dos-subsidios-de-combustiveis-beneficiam-aos-mais-ricos.html
Aqui esta o verdadeiro busilis das reivindicoes de pequenos grupos, por onde circula a maioria da riqueza deste pais.