Com regularidade e confrontados com fenómenos que nos parecem estranhos, aberrantes, rapidamente e sem qualquer pesquisa séria, atribuímos a causa ou as causas a entidades comodamente próximas, de fácil consumo. Temos o hábito, já consolidado, de imputar a cérebros maquiavélicos externos a razão de ser dos nossos males. E agimos conforme, embarcamos em soluções sem solução, lamentando os feiticeiros. Ora, um dia, faz já muitos anos, Karl Marx escreveu o seguinte a propósito de um tema que agora não interessa aqui: "Nasce aqui a questão de saber se este problema não prenuncia já a sua falta de sentido e se a impossibilidade de solução não está já contida nas premissas da questão. Frequentemente a única possível resposta é a crítica da questão e a única solução é negá-la." Falta-nos, então, a vontade e o treino metodológicos, a capacidade de, perante o problema A, sabermos encontrar os caminhos adequados para a inteligibilidade B e a eventual solução C.Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
01 março 2010
Método
Com regularidade e confrontados com fenómenos que nos parecem estranhos, aberrantes, rapidamente e sem qualquer pesquisa séria, atribuímos a causa ou as causas a entidades comodamente próximas, de fácil consumo. Temos o hábito, já consolidado, de imputar a cérebros maquiavélicos externos a razão de ser dos nossos males. E agimos conforme, embarcamos em soluções sem solução, lamentando os feiticeiros. Ora, um dia, faz já muitos anos, Karl Marx escreveu o seguinte a propósito de um tema que agora não interessa aqui: "Nasce aqui a questão de saber se este problema não prenuncia já a sua falta de sentido e se a impossibilidade de solução não está já contida nas premissas da questão. Frequentemente a única possível resposta é a crítica da questão e a única solução é negá-la." Falta-nos, então, a vontade e o treino metodológicos, a capacidade de, perante o problema A, sabermos encontrar os caminhos adequados para a inteligibilidade B e a eventual solução C.2 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
concordo plenamente consigo professor...
ResponderEliminarrealmente é sistemático essa nossa necessidade de rápida procura de bodes expiatórios quando nos acontece algo.
Parece lá nas familias, quando alguma desgraça acontece é porque alguem as encomedou... não será este um hábito cultural?
investimoes tempo e energia a procura de culpados e nunca em soluções.
Caro Danilo,
ResponderEliminarEntão no vosso entender não importa a causa se não apenas a solução!
E eu que sempre julguei que o mesmo problema na Europa e África pode difererir das causas!... obrigado pelo contributo.