Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
06 fevereiro 2010
Lichinga
2 comentários:
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Cada vez que uma faisca cintila la do Niassa, cresce em mim a sensacao que aquela provincia nao evoluiu nada desde 1975.
ResponderEliminarNa realidade, o Niassa continua a ser uma provincia agropecuaria. Necessita de vias para o escoamento desta producao. Mas tambem, necessita fortalecer o seu posicionamento regional com o Malawi, piscando o olho para a Zambia.
E essa estrategia podera ser assentada em dois binomios:
1. Linhas ferreas nevralgicas, ao inves de estradas;
2. Autonomia central para estreitar relacoes com o Malawi, viabilizando outra saida para o mar por Mocambique para as regioes central e norte do Malawi (via Nacala por ramal de Metangula, outro porto fluvial). Informalmente, as populacoes dos dois pais ja fazem isso, mas a duras penas, porque o Niassa e uma Nacao.
Estradas no Niassa e bom, mas que sejam concessionadas e com portagem. Porque a sua manutencao e cara. Certamente estas serao transversais as vias ferreas, mas igualmente importantes para a dinamizacao do turismo na regiao, que no mundo inteiro ja goza de prestigio, por ser rustico e bastante original.
Mas sera que os planificadores do desenvolvimento de Mocambique partilham a minha visao?
Pessoalmente, tenho do dos governadores que vao para o Niassa, pelo susto que apanham quando la poem os pes...
Isso e que e uma batata quente.
Continuando a minha exposicao sobre a necessidade de linhas ferreas nevralgicas no Niassa e o aprofundamento das relacoes com o Malawi piscando o olho para a Zambia.
ResponderEliminarIndo directamente a Zambia, este pais e limitado por 7 estados da SADC e esta no centro de toda a regiao! O seu sistema de vias ferreas e interessante, mas nada diz a Mocambique.
Os motivos sao varios e podem ate ter a ver com a luta armada em Mocambique, mas isto e apenas uma opiniao pessoal.
As linhas ferreas da Zambia ligam-se a norte com a RDC via Ndola. Por sua vez, a RDC tem uma bifurcacao ate Angola via caminho de ferro de Benguela. A Zambia liga-se com a Tanzania via TAZARA, por Kapiri Moposhi. E desde 2007 comecou a contruir uma ligacao para Lilongwe (Malawi) por Chipata.
Mas para Mocambique, fa-lo apenas pelo Zimbabwe e por Victoria Falls (Extremo Oeste do Zimbabwe)! Linha que ainda desce para sul (Bulawayo) e so depois apanha as linhas do Limpopo ou da Beira.
Construindo-se uma linha ferrea no lugar da estrada Montepuez-Lichinga seria um ganho acrescido para Mocambique. Porque, o Malawi ao fazer o troco de Chipata-Mchinji. Malawi que, embora fazendo fronteira com a Tanzania, nao possui qualquer ligacao ferroviaria directa com este pais. So podera faze-lo por uma via alternativa a Nacala, poderia ser a TAZARA, que ate esta na bancarrota. Mais um mau exemplo de investimento em infra-estruturas em Africa. A TAZARA, um projecto politico nascido nos anos 60 para fazer frente ao colonialismo Portugues e aos regimes minoritarios da Rhodesia e Africa do Sul e que ainda sobrevive por causa do pipeline TAZAMA. Mas agora os tempos sao outros...
Todavia, os planos parecem convergir para o porto de Mtwara (vizinho de Pemba), onde o Malawi e Zambia poderao resolver os seus problemas comuns. O Japao e um dos grandes mentores do projecto. Mas a China anda la por perto tambem. E embora se diga que e uma iniciativa da SADC, parece ser mais COMESA, uma vez que para 4 paises trans-fronteiricos (Zambia, Malawi, Tanzania e Mocambique), o nosso pais e o unico onde nenhuma infra-estrutura de relevo sera construida.
A questao do porto fluvial de Nsanje pode ser contornada tambem com uma linha ferrea ribeirinha ao Zambeze desta localizacao ate Chinde, no lugar da navegacao por este rio, protegendo os interesses de Mocambique em relacao a empreendimentos hidro-electricos. Parece-me que para o Malawi, a questao central e percorrer apenas 250 km de Nsanje ate Chinde, no lugar dos cerca de 700 ate Nacala. Porque esta claro que para o Niassa (e ate a VALE percebeu isso) e muito mais rentavel transportar carvao por de Tete por Nacala, do que pela Beira. A Beira e para o Zimbabwe. Por isso, e que Harare tornou-se uma factura muito pesada para Mocambique que nao consegue viabilizar nenhum corredor economico na zona Centro. Ora, se Tete pode usar o Malawi. Entao porque e que o Niassa nao faz o mesmo?
Um detalhe interessante, nao ha nenhuma linha ferrea e quase nenhuma auto-estrada no espaco territorial limitado pela TAZARA a e o Corredor de Nacala a sul.
Pensem nisso!