Outros elos pessoais

23 janeiro 2010

Pelos corredores do poder (3)

Mais um pouquinho da série.
Então, o convite para o almoço é feito pelo ganhador das eleições, os convidados são os derrotados.
O almoço é precedido e acompanhado por um grande publicidade, claramente a ideia é a de que o acto deve ser nacional e internacionalmente conhecido e louvado, o ganhador deve ser apresentado como magnânimo, como disposto a dialogar e a ser inclusivo.
Está o ganhador disposto a concessões políticas? Estão os derrotados em condições de exigir? Porque Dhlakama não foi foi e Deviz foi?
(continua)

10 comentários:

  1. Creio ter respondido a questao no post anterior.

    Uma bela jogada de Guebuza. E um bom encaixe de Daviz.

    Falar abertamente, mas nao firmar compromissos imediatos e a melhor maneira de negociar, porque cria confianca entre os interlocutores.

    O MDM vai precisar da FRELIMO para se movimentar na AR. E a FRELIMO vai precisar do MDM para limpar sua imagem e reciclar a Oposicao. Isso obriga a concessoes mutuas. Quais serao?

    Mas JAMAIS pugnar por um Governo de Unidade Nacional. Isso, nem conviria ao MDM pois seria "engolido" pela FRELIMO. Veja-se o que sucedeu com Tsavangirai no Zimbabwe.

    Em politica, tamanho nao e documento. Basta saber agir no lugar certo e no momento certo.

    Aguardemos.

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  2. A mudanca esta a acontecer naturalmente.

    Bonito.

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  3. Não chamaria de mudanças Karim!
    Estrategias apropriadas que só o Quebuza o sabe!
    Trará resultados apalpáveis?
    Aguardemos para ver! o tempo, é o melhor mestre.
    Vamos seguindo com atenção!

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  4. Esqueci-me!
    Se for pelo dialgo de inclusão respeitando as diferenças;
    muito bem!
    Nós conhecemos os camaradas!

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  5. Eh, eh, eh... esta TODO mundo a espera dos estimulos da FRELIMO!

    Que tal se pensassem (finalmente) por si proprios?!

    Por isso e que nada muda, ainda que o digam de cinco em cinco anos.

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  6. Sei que Guebuza não organizou o almoco para promover o MDM, mas para promover a sua própria imagem perante o mundo (G-19 em particular), promover a Frelimo. Também Daviz não foi ao almoço para promover a Frelimo nem render-se a ela, mas para promover o MDM e a si mesmo como candidato à Presidência em 2014. Provavelmente Dhlakama recusou o almoço para promover-se e promover à Renamo. Se deu certo e para quem, mais depende de quem soube assumir o seu papel e explorar tudo neste (convite) almoço. Até já me recordo dos poucos encontros que engoliram Sibindus. Mas creio que Daviz não está se "sibindiando", antes pelo contrário, ele está criando condicões para fortalecer o MDM e se introduzir ao eleitorado.

    Portanto, na minha opinião, o importante é que cada parte deixe a outra a explorar do almoço pago por nós todos.
    Haja mais almoços, cafés, para melhor tratarem das questões da nação. Pessoalmente, acho que há questões que precisam de um pacto de entre os maiores partidos políticos ou seja os líderes dos maiores partidos políticos, por exemplo, a segurança nacional. No nosso caso, penso que a reducão da dependência externa e quiçá a política de habitacão, o serviço militar e a reserva alimentar, precisam de um pacto entre os maiores partidos políticos de maneiras que em caso de mudança de governos, nada se deite abaixo.

    Voltando ao almoço, gosto bastante da maneira como Daviz fica preparado para qualquer pergunta de jornalistas, respondendo-a não por emoção. Neste caso, gostei da maneira como não comentou sobre a ausência de Afonso Dhlakama. É isso que ele devia fazer e nunca pensar que já tinha ganho uma oportunidade para lançar palavras insultuosas a Dhlakama como foi caracterítico com Sibindy e com o Dhlakama para com Daviz ou outros líderes partidários.
    Desejo que Daviz continue assim, pois que comentários de abafo, só podem ser feitos por nós que não falamos em nome de qualquer partido nem que declaradamente assumamos simpatias deste ou daquele partido.

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  7. Reflectindo!
    Certo...já o havia dito por outras palavras;
    promover a sua imagem do Pai da Nação perante o Mundo e em particular
    (G19).
    Só que, o Pai da Nação cortou os pés aos filhos para que estes não dessem passos largos e pudessem competir e até desafiar de uma forma limpa ao do Pai.
    Isso gerou grande polémica a nível Nacional e Internacional.

    O Pai da Nação, atingindo os seus objectivos, chama-os de novo "a volta da fogeira"!

    E... claro promover o partido frelimo!

    Não se esqueça que o povo Moçambicano já atingiu uma certa maturidade analítica(não me refiro apenas a classe académica), conhecemos Bem o nosso adversário político,a partir do Orgão Legislativo, onde muitas e muitas vezes poderiam ceder a Renamo;o exemplo da proposta de lei sobre as Assembleias Provinciais, foi simplesmente rejeitados, a revisão da lei eleitoral foi também rejeitada por mero capricho e arrogancia.

    Há dezenas de exemplos, só porque vinham da oposição, chumbava-os, isto para não ir ter que dar outros exemplos populares.


    O que recomenda o acordão CC, o que afirmou o Ali Dauto logo após o promulgação dos resultados de CC?...não só, outros ilustres analístas da praça?
    de que a lei eleitoral deveria ser revista.

    Não penso que com este almoço, o PR vai sensibilizar o Mundo (G19 emparticular! pois estes estão bem zangados), assim como também a sociedade Moçambicana.
    Devemos partir do príncípio e analisarmos os antecedentes para batermos as palmas ou não!

    Entretanto...não deixou de ser um gesto bonito.
    Melhor estar mais perto do que distante,

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  8. Ricardo, quem te garante que nao houveram compromissos?

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  9. Acordos verbais, em politica, nao sao compromissos...

    Ainda por cima para Daviz, um iniciante, que como nos ensina a vida, devera ficar a maior parte do tempo de boca calada, olhos muito abertos e a braguilha fechada.

    Porque o verdadeiro politico contemporaneo, por norma, prolonga as negociacoes, nao decide tudo num minuto.

    E como observou Maquiavel "...jamais se devem mostrar as reais intencoes, ainda que deva lutar-se para consegui-las de qualquer maneira. Basta que voce diga a alguem para depor as armas, sem mencionar que tenciona mata-los com estas; depois que voce tiver as armas na mao, entao podera fazer o que quizer".

    No maximo, como adiantei, Guebuza e Daviz ficaram-se pelo meio termo, para assim possibilitar uma maior oferta final por parte de cada um. Consigo imaginar que o MDM, passou, definitivamente a ter o back-up do G-19, por isso, esta forte.

    Quer o MDM, como a FRELIMO tem a consciencia que a cada um devera ser concedida pelo menos uma saida. Nao ha acordos (nem proposicoes) absolutos! Muito menos se usam ameacas veladas em caso de incumprimento dos compromissos.

    Pois como tambem diz Maquiavel "...considera-se muito prudente os homens absterem-se de atitudes ameacadoras e insultuosas; pois nem uma, nem outra coisa, diminuem a forca do inimigo; a primeira, torna-o mais cauteloso. E a segunda, aumenta o odio que nutre por voce, fazendo que preservere o esforco para prejudica-lo..."

    Porque, as pessoas reagem por cobica. Resistem por medo. Essa e a natureza humana.

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  10. Sr Ricardo!
    Interessante reler e reflectir Maquiavel!!!

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