O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, está perante um dilema enorme, a caixa de Pandora está decididamente aberta: se consegue que os 51 deputados do seu partido não tomem posse mostra que é um dirigente internamente obedecido, mas vê-se de imediato a braços com um duplo problema: (1) o financiamento do partido, oriundo, creio que em medida considerável, dos cofres do Estado; (2) o eventual protesto dos deputados, privados de recursos de poder e prestígio pelos quais esperaram e esperam ansiosamente, podendo daí surgir uma nova vaga de deserções; se não consegue travar a tomada de posse dos seus deputados, é o descalabro político completo, que será tanto mais forte quanto não consiga dirigir as manifestações de protesto que prometeu ou que, dirigindo-as, elas se reduzam a pouca monta (acresce que este é um mês pouco propício para manifestações: férias, dinheiro escasseando nos bolsos populares, pagamento de matrículas escolares, etc.Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
08 janeiro 2010
O rochedo de Dhlakama
O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, está perante um dilema enorme, a caixa de Pandora está decididamente aberta: se consegue que os 51 deputados do seu partido não tomem posse mostra que é um dirigente internamente obedecido, mas vê-se de imediato a braços com um duplo problema: (1) o financiamento do partido, oriundo, creio que em medida considerável, dos cofres do Estado; (2) o eventual protesto dos deputados, privados de recursos de poder e prestígio pelos quais esperaram e esperam ansiosamente, podendo daí surgir uma nova vaga de deserções; se não consegue travar a tomada de posse dos seus deputados, é o descalabro político completo, que será tanto mais forte quanto não consiga dirigir as manifestações de protesto que prometeu ou que, dirigindo-as, elas se reduzam a pouca monta (acresce que este é um mês pouco propício para manifestações: férias, dinheiro escasseando nos bolsos populares, pagamento de matrículas escolares, etc.2 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Eu já antecipei o destino deste político obstinado...
ResponderEliminarMas, supondo que não tomam mesmo posse, o que é que acontece?!
PASSA-SE À ACÇÃO.
Um rochedo muito difícil de travar.
ResponderEliminarDificilmente Afonso Dlakhama irá conseguir suportá-lo por muito tempo.
É o princípio de um fim...
Apesar de todos aconetecimentos lamentáveis, não desejava ao líder do maior partido da oposiçao um fim triste!
Mas o que podemos esperar de um demasiado Cezarista?