Outros elos pessoais

21 novembro 2009

"Assim a cólera fica política"

Uma vez mais corre o rumor de que a cólera não é natural e que foi introduzida intencionalmente. O jornalista Pedro Nacuo escreve sobre o rumor na aldeia Muaja - província de Cabo Delgado - e sobre o que receia, sobre a forma como as causas são politicamente estabelecidas: "No fim de contas descobre-se que quem ficou detido é um político da oposição. E assim se enchem celas, coincidentemente de pessoas que militam em partidos da oposição. Assim a asfixia toma conta de pessoas, coincidentemente de pessoas que militam em partidos da oposição. Assim a cólera fica política, foge do seu próprio foro, designadamente, falta de higiene, falta de saneamento do meio, quer dizer POBREZA. (...) Por outras palavras, as pessoas ficam presas por serem POBRES. Ora, o que não gostaria que acontecesse no caso de Muaja, porque temos que aprender com muitos casos, sobretudo de Montepuez e Mogincual, é que se corra imediatamente para o político que esteve na manifestação e daí concluir que terá sido por causa dele que se registou o protesto. O meu medo está no facto de ter ouvido o administrador distrital tentar ligar o acontecimento a um pretenso enraizamento do MDM na aldeia Muaja, sob pretexto de que da outra vez, em Agosto, quando ficaram detidos três alegados desinformadores, o delegado daquele partido apareceu a reclamar a detenção dos seus membros."
Adenda: este diário está cheio de postagens sobre rumores e de referências ao livro com o rosto de capa exibido.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.