Somos filhos de muitas latitudes, são inúmeros e rizomáticos os caminhos sempre a percorrer, temos ventres híbridos em todo o lado, sementes culturais de todos os tipos povoam o nosso inconsciente colectivo, somos terra e mar, a mais pequena palhota do interior ostenta ainda a missanga secular dos oceanos, somos a diagonal sempre em reconstrução do dentro e do fora, a pátria mestiça do entre-dois, janus de almadia e caravela, de pangaio e junco. Nossos gostos apenas têm o horizonte como limite, viajamos da matapa ao cozido à portuguesa, do pende na brasa ao chacuti, do pombe ao Dão, somos um em tudo e em todos. E, evidentemente, inventámos o piripiri para que a história nunca fique insossa.
Neste húmus, passado nos bolsos, mãos dadas com o Índico, olhos alavancando a vertigem dos amanhãs, nossa alma é o mundo, nosso corpo a humanidade.
É verdade: nunca somos ou fomos, porque sempre estamos a ser. Por isso os sonhos são o sangue genuíno que corre em nossas veias, por isso a nossa raça chama-se futuro, túrgido de contradições.
porque sempre estamos a ser,...
ResponderEliminarteremos que ser os obreiros dos nossos sonhos,
teremos que deixar de empunhar a AK47,
teremos que comecar a empunhar o papel e pena,
teremos que construir um amanha de sonho,
sem fome, nem miseria,
sem HIV e em Harmonia.
Isso é poesia.
ResponderEliminarMoçambicano é de gaza, com todos os antepassados nascidos em gaza. O resto, é para pisar.
A mais bela forma de descrever um povo tão bonito quanto o é o Moçambicano.
ResponderEliminarObrigada a si Professor por estas palavras,
Obrigada à vida por me ter deixado nascer Moçambicana.
Mas com diz o Karim no seu comentário...temos ainda e sempre tanto caminho para caminhar. Sejamos então...caminhantes!
Abraço a todos os que na alma são Moçambicanos
Professor, permita-me dizer-lhe da minha revolta da minha mágoa, da minha profunda tristeza ao ler o 2º comentário.
ResponderEliminarDe que sangue é feito este anónimo?
O que escreveu é de facto poesia.Da melhor.Basta ter vindo do coração. Melhor, da alma de um ser nobre como o é o Professor - um Moçambicano de todos os costados.
Que tristeza ler que quem não é de Gaza é para pisar.
Deixe-me dizer-lhe Professor que me resta a ténue esperança que tal comentário não tenha sido escrito por um Moçambicano.Não posso aceitar um irmão com tal postura.
E porque a vida tem de ser vivida em permanente poesia, espero aqui encontrar mais e melhores Moçambicanos.
Ó Micas, vc não percebeu o preocupado anónimo, ele apenas está alarmado com a hegemonia pisadora dos "vanguno".Ou não? De qualquer das formas, bem mais poesia virá.
ResponderEliminarCada vez tenho mais orgulho em ser um Português nascido em Moçambique, na resistente mas também amiga Zambézia, e descendente do Grande Mouzinho de Albuquerque, o Grande construtor de Moçambique.
ResponderEliminarBAYETE MOUZINHO.
BAYETE
BAYETE
BAYETE
Poesia não se faz insultando o próximo num momento de paz. Bem, é assim que se tornam músicos e grandes poetas. Força, anónimo, so te falta o respeito.
ResponderEliminarAbraços